A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a Rumo Logística, concessionária da linha férrea que corta Americana, divergiram ontem sobre o compartilhamento da infraestrutura para a implantação do chamado “Trem Intercidades” para o transporte de passageiros, ligando São Paulo a Campinas e Americana.
O projeto, orçado em R$ 5,4 bilhões, precisa de uma nova via exclusiva para passageiros no trecho entre Campinas e Americana, segundo a Rumo. Para a agência, o ideal seria o compartilhamento da infraestrutura atualmente concedida à empresa.
A prioridade da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos para viabilizar o Trem Intercidades será dos trechos entre São Paulo e Campinas, e de Campinas a Americana.
O projeto do governo estadual para ligar as regiões de Campinas, Vale do Paraíba, Baixada Santista, Sorocaba e São Paulo, através da malha ferroviária paulista, terá recursos viabilizados por meio de parcerias público-privadas (as PPPs).
Dos 137 quilômetros de extensão do trecho da linha São Paulo-Campinas-Americana do Trem Intercidades, 83 km estão concedidos à Rumo Logística, e 54 km à MRS Logística.
Para a ANTT, responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços e de exploração da infraestrutura de transportes, haverá compartilhamento da infraestrutura atualmente concedida.
Mas a Rumo Logística discorda. Questionada sobre o compartilhamento, no trecho de Americana-Campinas-Jundiaí, a empresa garantiu a ação apenas em uma parte da linha férrea.
“Foi assinado um termo de compromisso com o Governo do Estado quanto à utilização do trecho entre Jundiaí e Campinas, que tem maior vocação para o transporte de passageiros, por ser contíguo ao trecho da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e também por ter o maior contingente populacional. O referido trecho tem pequeno tráfego de cargas e pode ser compartilhado. Em trechos de grande densidade de cargas (como o de Americana), o compartilhamento se torna inviável. Nesses casos, o mais adequado seria a construção de via exclusiva para passageiros, que ficaria a cargo do Estado ou do futuro operador do trem de passageiros”, disse a empresa em nota.