domingo, 29 setembro 2024

Após explosão na Replan, controle é intensificado para evitar contaminação

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) confirmou ontem que parte da água utilizada no combate ao incêndio na Replan (Refinaria de Paulínia) chegou até o rio Atibaia. Setenta por cento da água que abastece Sumaré sai da captação de Paulínia. Para evitar possível contaminação, a BRK Ambiental, concessionária que administra o serviço de água de Sumaré, aumentou o controle e a contenção no local.
Por conta do rescaldo da água utilizada no combate ao incêndio na Replan ter chegado ao rio Atibaia, os técnicos da Cetesb percorreram o rio com barcos, colheram amostras dessa água e encaminharam para análise laboratorial, para verificar se houve algum grau de contaminação.
A companhia pode ser penalizada. “No momento, técnicos da Cetesb estão na Replan acompanhando as ações de rescaldo e aguardando liberação para acessarem o local do acidente. Assim que isso acontecer, serão feitas avaliação e inspeções da área, reunidas informações e laudos laboratoriais para se chegar a uma conclusão para aplicação das penalidades cabíveis”, informou a companhia.
A BRK Ambiental informou que, até o momento, não identificou nenhuma alteração na qualidade da água no ponto de captação da concessionária no rio Atibaia e que o abastecimento segue normal em Sumaré.
A empresa que realiza diariamente, de hora em hora, o monitoramento da água captada do Atibaia, passou a fazer o monitoramento de 30 em 30 minutos. “Isso também é feito na Estação de Tratamento de Água II, localizada no Parque Itália, que recebe água do rio citado”, informou. Esse acompanhamento começou na segunda-feira.
A empresa ainda ressaltou que a captação, que já tem uma contenção próxima ao canal de captação, que impede a passagem de contaminações, recebeu mais uma contenção em conjunto com Replan.
“A BRK Ambiental reforça que não foi detectada nenhuma anormalidade na água e que a distribuição e o abastecimento seguem normais no município”.
PRODUÇÃO PARADA
A produção da Replan continuou parada ontem, sem previsão de normalização. Duas unidades foram afetadas pela explosão e incêndio ocorridos no início da madrugada de segunda-feira, de acordo com o Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros).
Uma comissão para investigar as causas da explosão foi instaurada e começou a atuar ontem, com a participação de representante do sindicato. A explosão não teve vítimas, mas causou pânico nos trabalhadores. Cerca de 50 empregados próprios e terceirizados executavam serviços nas unidades atingidas.
Segundo o sindicato, um vídeo, registrado pelo circuito interno, mostra uma petroleira passando pela área atingida sete minutos antes da explosão. “Por muito pouco não tivemos uma fatalidade”, afirma o diretor do Sindicato Gustavo Marsaioli.

 
Manutenção terceirizada

A explosão ocorreu em uma unidade de craqueamento (processo que transforma as partes mais pesadas e de menor valor do petróleo em moléculas menores, dando origem a derivados mais nobres, aumentando o aproveitamento do petróleo). O tanque de águas ácidas explodiu, provocando incêndio na área. As chamas de alastraram e atingiram uma unidade de destilação (processo no qual o petróleo é aquecido em altas temperaturas até evaporar, para separação dos derivados, como gasolina, querosene de aviação, diesel e asfalto, entre outros).
Segundo o sindicato, o que chama a atenção é que o acidente aconteceu poucos dias após o término de uma parada para manutenção do craqueamento. “Pela primeira vez, o serviço foi executado por uma empresa de fora, apenas com trabalhadores terceirizados. O serviço incluiu a manutenção das grandes máquinas, que demandam conhecimento específico e mais qualificado”, afirmou.
“Historicamente, a manutenção desses grandes equipamentos, que são considerados o coração das unidades, sempre foi feita por mão de obra própria, utilizando-se, principalmente, do acervo técnico e acúmulo de experiência, conhecimento que era passado de trabalhador a trabalhador”, explica o diretor do Unificado, Jorge Nascimento.
A Petrobras foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos. | FLN

 

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