
O vice-prefeito de Hortolândia, Carlos Cafu (PSB), teve seu pedido de afastamento do cargo aprovado ontem (18) pela Câmara Municipal, durante sessão extraordinária realizada no fim da tarde. A medida, válida por período indeterminado, ocorre dias após ele solicitar exoneração do cargo de secretário municipal de Governo, pedido já aceito pelo prefeito Zezé Gomes (Republicanos).
Com 17 votos favoráveis e nenhum contrário, o decreto legislativo aprova o afastamento de Cafu da função de vice-prefeito, cargo considerado de expectativa, sem atribuições administrativas diretas. Na prática, ele deixa de receber remuneração e, durante o período, fica impedido de assumir interinamente a chefia do Executivo. Assim, o primeiro na linha sucessória passa a ser o presidente da Câmara, vereador Daniel Laranjeira (PSD).

CEI vai investigar contratos da educação
Na sessão de segunda-feira (17), os vereadores já haviam aprovado a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar possíveis irregularidades nos contratos firmados pela Prefeitura com a Life Tecnologia Educacional Ltda. A investigação terá três membros titulares e um suplente, indicados pelas bancadas partidárias, com prazo inicial de 90 dias para conclusão dos trabalhos.
A abertura da comissão decorre das repercussões da Operação “Coffee Break”, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) no último dia 12.
Esquema investigado chega a R$ 128 milhões
A investigação conduzida pela PF, CGU e Ministério Público Federal (MPF) apura supostos desvios de recursos públicos na compra de materiais didáticos e kits de robótica para redes municipais de educação de várias cidades, entre elas Hortolândia, Sumaré, Morungaba e possivelmente Limeira.
Os valores ligados à empresa investigada, sediada em Piracicaba, chegam a uma movimentação estimada entre R$ 111 milhões e R$ 128 milhões desde 2021. Apenas em Hortolândia, as compras realizadas pela Prefeitura somaram R$ 57,9 milhões no período.
Durante a operação, foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva. Entre os presos estão Cafu e o ex-secretário municipal de Educação, Fernando Gomes de Moraes, que continuavam detidos até o fim da tarde de ontem.
Além deles, dois assessores do prefeito foram exonerados e também são investigados no caso.

Ex-secretário de Sumaré permanece foragido
O ex-secretário de Educação de Sumaré na gestão anterior, José Aparecido Ribeiro Marin, alvo de um dos mandados de prisão preventiva, segue foragido. Ele é o único investigado ainda não localizado pela Polícia Federal no âmbito da operação.





