O mecânico Celso Pereira de Assis foi condenado a 71 anos, 11 meses e 29 dias de prisão em regime fechado pelos assassinatos do casal Robson Douglas Tempesta, 39, e Ana Paula Duca Tempesta, 33, e das filhas deles, Camila, 8, e Laura, 1, em 14 de janeiro de 2009. O júri popular, formado por cinco mulheres e dois homens, foi realizado no Fórum de Piracicaba, ontem.
Outros dois acusados pela chacina, Bruno Palumbo e Fabiane Pinheiro foram condenados a 16 e 24 anos de reclusão, respectivamente, em 2011.
O casal de empresários foi encontrado morto no dia 14 de janeiro de 2009, na casa onde morava. Eles foram assassinados a tiros. Depois, as filhas do casal foram levadas para Campinas onde foram mortas por asfixia. Os corpos foram encontrados no dia seguinte, em Elias Fausto, às margens da Rodovia do Açúcar (SP-308). Palumbo é acusado de acompanhar Assis no primeiro crime e ir com ele até onde matou as crianças. Fabiane é acusada de ficar com as garotas até que o mecânico as matasse. A investigação apontou que o crime foi motivado por uma dívida de R$ 16 mil.
A sessão começou às 9h e foi presidida pelo juiz Luiz Antonio Cunha. A acusação foi feita pelo promotor Luciano Gomes de Queiroz Coutinho. Dois investigadores da Polícia Civil foram ouvidos.
DEFESA
Ao ser interrogado, o mecânico disse que não se lembrava de nada. A defesa do réu foi feita pelo advogado João Batista de Lima Rezende, que apostou na estratégia usada durante todo o processo: a alegação de que o mecânico era inimputável, ou seja, que não poderia responder pelo ato devido a insanidade mental. Assim, argumentou a defesa, deveria ser aplicada uma medida de segurança e o réu deveria ser internado em um manicômio judiciário. Para tanto, o réu deveria ser absolvido das acusações.
CONDENAÇÃO
A tese apresentada pela defesa não foi aceita pelos jurados, que condenaram o réu por três homicídios duplamente qualificados e um homicídio triplamente qualificado.
“A decisão dos jurados foi perfeita. Reconheceu que ele era imputável e capaz de entender aquilo que fazia, afastando a tese da defesa. Reconheceu a presença de todas as qualificadoras”, disse o promotor.
Ainda assim, ele explicou que vai recorrer para aumentar a pena. “Eu entendo que cabe, pelo menos em relação ao crime contra as meninas a pena máxima de 30 anos”, afirmou.