sábado, 20 abril 2024

Automóveis alavancam exportações

A venda de automóveis para o exterior cresceu 147,08% em fevereiro na RMC (Região Metropolitana de Campinas), segundo relatório divulgado pelo Observatório PUC-Campinas na sexta-feira (19). O resultado caminha na direção oposta da economia, que segue sentindo os efeitos da crise sanitária. Puxadas por esse aumento, as exportações da região subiram 2,7% em relação ao mesmo período de 2020.

De acordo com o estudo, o desempenho demonstrado na venda externa de veículos expõe sinais de recuperação da indústria automobilística nesse início de 2021. Além de automóveis, também houve crescimento, em fevereiro, nas exportações de peças para motores ( 35,29%) e máquinas para construção civil (353,01%), produtos que se enquadram nas categorias de média-alta e alta complexidades.

Por outro lado, os dados do Ministério da Economia analisados pelo Observatório PUC-Campinas mostraram quedas nas vendas de medicamentos (-14,35%) – que compõem lista das principais mercadorias exportadas pela RMC -, bem como de polímeros de propileno (-47,65%), e de peças e acessórios para veículos (-13,88%). Os números indicam redução de atividade para segmentos das indústrias química e farmoquímica.

Em relação às compras de produtos do exterior, houve aumento de 11,6% no mês de fevereiro, também comparando-se ao mesmo período do ano passado.

Destaque para as importações de circuitos eletrônicos integrados, aparelhos telefônicos e peças e acessórios para veículos, cujas transações apresentaram alta de 22,06%, 22,68% e 7,22%, respectivamente. Em contrapartida, foram observadas quedas no valor importado de agroquímicos e outros compostos orgânicos e inorgânicos.

PROBLEMAS

A diferença entre as importações e as exportações resultou no crescimento de 18,50% no deficit regional para o mês de fevereiro.

Para o economista Paulo Oliveira, responsável pelas análises, “o desequilíbrio é resultante de problemas estruturais da RMC, como a dependência de insumos externos industriais”. No acumulado do ano, as importações atingiram US$ 2 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 568,6 milhões.

O levantamento revela, ainda, que houve pequena retomada no volume de exportações e importações em relação a praticamente todos os parceiros comerciais. Com exceção de Peru, Colômbia e Paraguai, as vendas subiram expressivamente para os outros sete principais destinos, com destaque para Bélgica (312,02%), Alemanha (29,77%) e Argentina (25,25%). Os aumentos nas compras de produtos importados, por sua vez, foram decorrentes de transações com a Alemanha, da França e da China, principalmente.

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