Vivemos uma década marcada por inovações tecnológicas, que também se refletem na área da saúde.
No Dezembro Vermelho, a campanha reforça os avanços no enfrentamento das infecções sexualmente transmissíveis. Entre elas, o HPV e a Hepatite B se destacam pelos progressos na prevenção, diagnóstico e tratamento.
O HPV
HPV é a sigla em inglês para papilomavírus humano. A infecção é uma das mais comuns do mundo, atinge homens e mulheres, e começou a ser estudada na década de 1980.
Existem cerca de 100 tipos do vírus, mas apenas uma parte está associada a complicações mais graves, como o câncer de colo de útero. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, este tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre as mulheres brasileiras.
Prevenção
A principal forma de transmissão é o contato sexual, por isso, a cobertura vacinal é importante. “Na verdade, o que a gente tem observado nos países que têm ampla vacinação é que praticamente se extinguiu o câncer de colo de útero. Porque as mulheres vacinadas não desenvolvem esse tipo de câncer”, explica Arnaldo Gouveia, médico infectologista.
De acordo com dados recentes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a cobertura vacinal está abaixo do ideal em diversas faixas etárias, incluindo a do HPV. O governo reforça que a vacinação é essencial para evitar surtos e o aumento dos casos registrados.
Hepatite B
No caso da hepatite B, a prevenção e a vacinação também são prioridades. O vírus causador foi descoberto em 1965.
A doença afeta o fígado e, apesar de muitas vezes serem silenciosas, podem evoluir para quadros graves quando não diagnosticadas. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2000 e 2024, foram 826 mil casos de hepatites virais no Brasil.
Os profissionais da saúde alertam para os perigos do contágio. “As principais complicações da Hepatite B são a cirrose e o câncer. Ao fazer o tratamento, apesar de não obter a cura, você impede a transformação dessa doença em complicações mais graves”, ressalta Arnaldo Gouveia.
Vacinação
O resultado é mais alarmante considerando que a cobertura vacinal da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra que, até 5 de novembro de 2025, 76,32% das crianças e adolescentes de 9 a 14 anos foram vacinados contra HPV, ainda abaixo da meta de 90% recomendada pelo Ministério da Saúde.
Além da vacinação, métodos de prevenção combinada são distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
O uso de preservativos, exames regulares e protocolos como a PrEP e a PEP, ampliam a proteção contra várias ISTs e garantem mais segurança nas relações. dizem os especialistas: “É importante prevenirmos as doenças sexualmente transmissíveis porque elas facilitam a entrada do HIV. Isso se chama prevenção combinada”, comenta a infectologista Zafira Khoury.
Hortolândia
Em Hortolândia, os dados relativos às ISTs entre os anos de 2020 a 2024 apontam uma queda de 10,5% no número de casos de Hepatite B. Em 2024, foram 179 registros da doença.
Os avanços da ciência, a ampliação da vacinação e os métodos modernos de prevenção reforçam que hoje temos ferramentas eficazes para enfrentar as ISTs.
Mas a batalha não é apenas contra os vírus, é também contra o estigma que ainda afasta pessoas do cuidado e do diagnóstico precoce. Informação, acolhimento e acesso aos serviços de saúde são fundamentais para que ninguém fique para trás.
No Dezembro Vermelho, a mensagem é clara: prevenir, tratar e acolher salva vidas. “Você que é pai e mãe, vacine seus filhos porque o impacto das ISTs é dramático”, reforça Arnaldo Gouveia.
A vacina contra o HPV é recomendada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com duas doses, e a hepatite B é para todas as idades, com um esquema de três doses.
Ambas são gratuitas no SUS. Para garantir a vacinação, entre em contato com o posto de saúde do seu bairro.
