quinta-feira, 25 abril 2024

Bispo chega para apurar denúncias na Basílica de Americana

Investigado pela Polícia Civil por apropriação indébita de recursos da igreja, o bispo diocesano de Limeira, Dom Vilson Dias de Oliveira, também está sob investigação por parte da Nunciatura Apostólica no Brasil – o mais alto cargo da Igreja Católica, que representa o Vaticano no País.

Ontem, o bispo de Lorena, Dom João Inácio Müller, chegou à Diocese de Limeira, a pedido do núncio apostólico, Dom Giovanni D’Aniello.

Dom João Inácio Müller percorreu 305 quilômetros de Lorena a Limeira onde, segundo a assessoria de Imprensa da Diocese, vai dialogar com Dom Vilson “e entender a situação”.

A presença de um visitador, como é popularmente conhecido o bispo que vem em nome da Santa Sé para investigar, é considerado algo grave dentro da igreja.

O procedimento está sob Segredo Canônico. A Nunciatura foi novamente procurada ontem pelo TODODIA, como tem sido há semanas, mas novamente não esclareceu o que justificou o envio do bispo para a Diocese.

As denúncias contra bispo Dom Vilson, que incluem também acusações contra o padre Pedro Leandro Ricardo, afastado da Basílica Santo Antônio, de Americana, foram enviadas ao Vaticano em uma correspondência que partiu de Santa Bárbara d’Oeste no último dia 2 de janeiro.

Os documentos foram entregues pelos Correios ao endereço destinatário, na Itália, oito dias depois.

O Dicastério para as Comunicações, divisão da Cúria Romana com autoridade sobre todos os escritórios de comunicação da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano, informou que nem todos os setores da Igreja Católica estão localizados dentro do Estado da Cidade do Vaticano, sendo que alguns prédios ficam na zona extraterritorial.

Segundo o órgão, seria necessário identificar para onde as denúncias foram enviadas para cobrar explicações.

O padre Leandro, afastado de suas funções, também é investigado pela Polícia Civil sob a suspeita de desviar pelo menos R$ 1,2 milhão da igreja, com a suposta conivência do bispo Dom Vilson.

Contra o padre, especificamente, ainda pesam acusações por supostos crimes de assédio sexual contra menores de idade – que seriam acólitos (coroinhas) da igreja. Ambos negam.

As denúncias de assédio teriam sido levadas ao conhecimento do bispo Dom Vilson há anos, mas teriam sido ignoradas. Uma investigação interna na Diocese corre em segredo e o bispo se mantém no cargo, apesar das investigações.

A Basílica Santo Antônio de Pádua defende a inocência do padre, que vai se manifestar aos órgãos competentes, por meio de seu advogado.

VATICANO DISCUTE DENÚNCIAS DE ABUSO SEXUAL
A Igreja Católica, parece que não mais ‘varre para baixo do tapete’ denúncias de abusos sexuais cometidos por religiosos. O Vaticano se reúne, a partir desta quinta-feira (21) até domingo (24), com representantes das conferências episcopais, da Igreja Católica Romana, de 130 países para discutir estes casos contra crianças e adolescentes. No encontro, estarão presentes integrantes de grupos de vítimas de abusos.

Durante a celebração pública realizada neste domingo (17), o papa Francisco pediu orações a todos. Segundo ele, todos devem assumir suas responsabilidades diante de “um desafio urgente do nosso tempo”.

De acordo com o Vaticano, o encontro pretende adotar ações concretas e decisões em nome da justiça e verdade. Em recente discurso ao Corpo Diplomático na Santa Sé, o papa ressaltou que “abusos contra menores” constituem um dos piores e mais vis crimes possíveis.

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