2024 foi o ano mais quente da série histórica no Brasil, de acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Mesmo assim, Americana registrou o corte de 1.619 árvores no ano de 2024, segundo dados da prefeitura. O número representa aumento de 2% em relação a 2023.
As árvores são um elemento fundamental para o ecossistema, responsáveis pela melhora na qualidade do ar, do clima e na mitigação do efeito estufa. Durante a Conferência Municipal de Meio Ambiente, realizada na quarta-feira (15), foi apresentada uma petição pública solicitando ações para a arborização pública de Americana.
“O calor aqui em Americana é difícil por causa disso, não tem vegetação, não tem árvore. Só estão fazendo mais prédio, prédio e prédio”, comenta uma moradora do Parque Universitário.
As árvores realizam a fotossíntese, transformando a luz solar em energia química, absorvendo dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e água (H₂O) do solo. No final do processo, liberam oxigênio (O₂) como subproduto.
“Ao plantar uma árvore, ela consegue reduzir a temperatura em até três graus. Então, como estamos passando por mudanças climáticas, nada é mais importante do que plantar árvores e não cortá-las”, comenta o biólogo Juliano Schiavo.
O CO₂ absorvido pelas árvores é um gás que pode ser liberado através de queimadas e incêndios, atividades industriais, combustão de combustíveis fósseis, respiração humana e desmatamento.
Americana está localizada próxima ao polo petroquímico de Paulínia, o que impacta na qualidade do ar da cidade. Além disso, outras indústrias localizadas no território liberam gases que prejudicam a qualidade do ar, reforça o biólogo.
Ana de Ávila, pesquisadora do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), comenta: “Nós somos parte do meio ambiente. Se não preservamos isso, também não estamos preservando a vida”.
A prefeitura foi procurada para comentar a reportagem, mas não retornou.
*Sob supervisão de Airan Prada – Mtb 0078845