
A Câmara Municipal de Campinas volta a analisar nesta quarta-feira (19) o pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o vereador Otto Alejandro (PL). A votação estava prevista para segunda-feira (17), mas a sessão foi suspensa por falta de quórum. O tema retorna à pauta em meio à forte repercussão pública gerada por novas denúncias e vídeos envolvendo o parlamentar.
O pedido protocolado na Casa aponta possível quebra de decoro parlamentar. A iniciativa teve como estopim o boletim de ocorrência registrado por uma ex-companheira do vereador, que o acusou de agressão física, ameaça de morte, injúria e dano. A Polícia Civil apura o caso. Otto Alejandro nega todas as acusações e afirma que a denunciante teria retirado a queixa.
Vídeos ampliam pressão por apuração
Nos últimos dias, outras imagens passaram a circular em redes sociais e veículos de imprensa. Em um dos registros, câmeras de segurança mostram o vereador discutindo com uma porteira e proferindo ofensas de caráter homofóbico e social. Em outro, ele aparece em confronto verbal com um guarda municipal, afirmando que o agente poderia “ter problemas” e perder o emprego. O contexto da discussão não fica claro no vídeo divulgado.
Histórico inclui episódio com ônibus
Além das denúncias recentes, houve ainda um caso registrado em julho deste ano, quando o vereador teria arremessado uma pedra contra um ônibus intermunicipal, quebrando o vidro traseiro, além de ameaçar o motorista.
O episódio consta em boletim de ocorrência, e também foi anexado à denúncia protocolada na Câmara por Adriano Vieira, que foi candidato a vereador em Indaiatuba nas últimas eleições. É essa denúncia que gerou a necessidade da votação da CP.

Manifestação do vereador
Após a divulgação dos novos vídeos, Otto Alejandro publicou um pronunciamento no qual afirma ser vítima de perseguição política. Ele declarou que algumas gravações dizem respeito a “questões financeiras” e teriam sido divulgadas fora de contexto. Disse ainda que a ex-companheira enviou carta à Delegacia da Mulher, ao Ministério Público e ao Judiciário explicando que houve equívoco.
O vereador também citou um pedido de medida protetiva feito pela companheira que, segundo ele, teria sido rejeitado pela Justiça, o que comprovaria que as ameaças não procedem, segundo ele.
Votação definirá abertura da CP
Caso haja quórum, a votação nesta quarta-feira vai autorizar ou rejeitar a instauração da Comissão Processante. Se aprovada, a CP iniciará a fase de coleta de documentos, oitivas e análise formal das denúncias, seguindo os prazos regimentais até eventual julgamento político-administrativo. Se for rejeitada, a denúncia é arquivada.





