sábado, 23 novembro 2024

Câmara encaminha lei para que profissionais da área possam trabalhar

A Câmara de Americana aprovou, na última quinta-feira, em primeira votação, um projeto de lei de autoria de Lucas Leoncine (PSDB), que torna essenciais as atividades físicas acompanhadas por profissionais de educação física no município.

Segundo o vereador Lucas, ele foi procurado pelo CREF (Conselho Regional de Educação Física) com a proposta desse projeto, que passará por mais uma votação antes de ir à sanção, ou veto, do prefeito Chico Sardelli (PV).

As academias e outros estabelecimentos esportivos ainda deverão obedecer aos decretos do Plano São Paulo, do governo estadual. “Em contrapartida, o profissional de educação física pode estar trabalhando de outra forma, mesmo com a academia fechada ele tem outras opções, de trabalho individual, personalizado” explicou o vereador.

Com isso, os professores e instrutores de Americana seriam autorizados a trabalhar durante a pandemia, seguindo os protocolos de segurança, sem ter problemas com o CREF, motivo pelo qual a maioria dos profissionais da área teve que parar seus trabalhos durante as fases mais restritivas.

Lucas confessou que o projeto não contempla 100% da vontade dos educadores físicos, “mas é uma solução que deixa uma possibilidade de trabalho”.

O vereador justifica ainda que a vantagem dessa lei é dar aos alunos a oportunidade de continuar seus tratamentos, já que muitos utilizam exercícios físicos para cuidar da saúde. “Muitos tentaram continuar o tratamento por conta própria e acabaram até agravando ainda mais sua condição, por fazer exercícios errados ou não seguir as técnicas que um profissional os orientaria” concluiu.

Para Marcio Rogério da Silva, conselheiro do CREF São Paulo e coordenador na academia Acqua Fitness, em Americana, o sedentarismo também deve ser considerado um problema de saúde pública.

Ele explicou que com a prática da atividade física regular é possível melhorar o sistema imunológico. “Além disso potencializa a ação das vacinas e auxilia no controle das principais comorbidades responsáveis pelos principais motivos de agravamentos, como obesidade, diabetes, problemas cardíacos, respiratórios e também alguns transtornos neurológicos” explicou.

O conselheiro do CREF defende que investir na promoção da saúde dessa forma também contribuiu para diminuir a sobrecarga nos hospitais.

Em Americana, aproximadamente 120 estabelecimentos foram fechados durante os períodos mais restritivos do Plano São Paulo, afetando cerca de 900 profissionais de educação física, que não podiam trabalhar.

Além disso, 30% das academias no município foram à falências, segundo acredita Marcio Silva.

Ele revelou que antes da pandemia, cerca de 40 mil pessoas em Americana eram atendidas por instrutores físicos, e acredita que esse número vai aumentar ainda mais diante do atual cenário, pois as pessoas entenderam que as atividades não são apenas um hobby, mas muito importante para viver bem.

Para o retorno das atividades acompanhadas de profissionais, o CREF SP estabeleceu o protocolo que segue as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), além de realizarem o curso Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus, imposto pelo Ministério da Saúde.

“Temos um manual de procedimentos muito bem elaborado pelo CREF4 SP e Acad Brasil, tendo como base a experiências da China, Hong Kong, Singapura e União Europeia e depois validados por professoras doutoras e Ph.D. do departamento de enfermagem em saúde coletiva da USP a disposição de todos os profissionais para que possam atender com toda segurança necessária” explicou Marcio.

O coordenador da Acqua Fitness acredita que com a implantação dessa lei, as autoridades passarão a entender cada vez mais a necessidade da profissão do educador físico, baseado em evidências científicas.

 

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