As vagas para o Ensino Médio flexível destinado à alunos maiores de 18 anos de idade estão abertas. Nesse modelo piloto é a primeira vez que Campinas recebe a modalidade de ensino e cerca de 40% das vagas já estão preenchidas. As aulas serão no período noturno e começam a partir de 25 de agosto.
São 20 unidades do Estado de São Paulo, foram escolhidas para receber o modelo pedagógico similar ao já adotado nos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (CEEJAs). No CEEJA, o aluno pode iniciar os estudos em qualquer época do ano e frequentar a escola para tirar dúvidas, fazer atividades e provas.
Nas unidades com presença flexível, os matriculados podem ir à escola quantas vezes for possível para sanar dúvidas com os professores por área de conhecimento. É preciso ter ao menos uma frequência presencial ao mês por componente curricular.

A Escola Estadual Milton Pimenta Mendes vai abrigar a nova modalidade. “É um modelo pedagógico similar ao CEEJA, mas que não é um CEEJA. Ele vai ser composto de um coordenador pedagógico e quatro professores que trabalharão com esses alunos de uma maneira flexível”, explicou a coordenadora da Diretoria de Ensino Campinas Oeste, Patrícia Adolf Lutz.
Ainda de acordo com a coordenadora, os docentes passarão por formação específica. “São professores da rede. Eles estão no processo de fazer uma inscrição, mas vão ter uma formação diferenciada para atuar nesse modelo pedagógico que não é o convencional”, completou.

Entenda como funciona
Assim como no CEEJA, a carga horária é organizada em regime de eliminação dos componentes curriculares da Formação Geral Básica (FGB) e dos Itinerários Formativos (IF). Por exemplo, um estudante pode iniciar os estudos com todos os conteúdos de uma disciplina que ele tem mais facilidade, e, na sequência, fazer as avaliações de conclusão antes de dar continuidade a outro componente curricular.
O supervisor de ensino José Roberto Mendes da Silva, reforçou que o público-alvo da modalidade é formado por pessoas que tiveram que interromper os estudos e buscam agora uma nova oportunidade. “Geralmente é aquela pessoa que não conseguiu terminar seu ensino médio na idade certa e que pretende retornar para melhorar a sua vida profissional, sua vida acadêmica e dar sequência nos seus estudos”, disse.
As escolas do novo projeto da Seduc-SP devem ofertar, obrigatoriamente, dois itinerários de aprofundamento curricular de forma a garantir a diversidade conforme os interesses dos estudantes. No itinerário de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, a grade inclui aulas de educação financeira, empreendedorismo e biotecnologia. Para os matriculados no itinerário de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (LGG/CHS), o conteúdo é formado por disciplinas de oratória, geopolítica e liderança.

O modelo é adaptado à rotina dos estudantes e permite maior autonomia. “Essa nova modalidade tem a presença flexível. Então, o aluno pode ir na escola no momento que achar mais adequado, no período noturno. Ele vai fazer um agendamento com a coordenação e com os professores e vai até a escola para tirar suas dúvidas, fazer as avaliações”, explicou o supervisor.
São adotadas metodologias e estratégias focadas no ensino individualizado com opções de projetos, oficinas além dos diferentes instrumentos de avaliação como provas, trabalhos e outras atividades. O aluno deverá ser avaliado por, no mínimo, quatro provas processuais e uma final em cada componente curricular da FGB em que estiver matriculado, com intervalo mínimo de três dias letivos entre elas.
Aproveitamento de estudos e matrículas
Os estudantes podem ainda optar pelo aproveitamento de estudos anteriores, devidamente comprovados. Na ausência de algum dos documentos, como o comprovante de escolaridade, a escola deve aplicar avaliações para identificar seu nível de conhecimento.
Segundo José Roberto, cada aluno terá um plano de estudos individual. “A gente vai fazer uma análise individual de cada currículo e, a partir dessa análise, verificando os conhecimentos prévios do aluno, vamos elaborar um plano de estudo para ele. O atendimento é individualizado. Cada aluno vai ter o seu plano de estudo e de trabalho, e cada um vai concluir num período diferente. Isso é muito importante para o aluno.”
Para efetuar a matrícula, o candidato deve se dirigir a qualquer escola estadual ou ao balcão de atendimento do Poupatempo com RG, histórico escolar e comprovante de residência. O cadastro também pode ser realizado de forma virtual na SED.
A matrícula pode ser feita com ou sem documentação completa. “Caso o aluno não tenha todos os documentos no ato da matrícula, isso não impede a matrícula. Ele faz a matrícula e depois vai providenciando a documentação com o tempo que permanecer na escola”, esclareceu.
Patrícia reforçou que o início das aulas está previsto para o fim de agosto, mas as matrículas continuam abertas mesmo após o começo das atividades. “A inscrição dos professores e o início desse modelo pedagógico dentro da escola Milton Pimenta é a partir de 25 de agosto. Mas é importante lembrar que a matrícula ao aluno é a qualquer tempo.”





