Campinas alcançou a primeira colocação no Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a consultoria GO Associados. Em 2024 a cidade estava em terceiro lugar. Limeira, que ocupava a 4ª posição no ano passado, agora aparece em segundo lugar.
Entre os destaques paulistas, Sumaré e Piracicaba figuram entre os dez melhores municípios do país no indicador de coleta total de esgoto, com 98,82% e 98,75% da população atendida, respectivamente. Já Limeira está entre as dez melhores no índice de tratamento de esgoto, com 98,48% do esgoto coletado sendo devidamente tratado.
Como é o ranking
O levantamento utiliza os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), com ano-base 2023, e analisa os 100 municípios mais populosos do Brasil. A edição atual é a 17ª publicada pelo ITB.
Campinas já atinge meta de 2033
A presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, destaca que “Campinas conseguiu atingir todas as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento Básico. O marco legal é uma lei criada em 2020 que estipula que, até o ano de 2033, 99% da população precisa ter acesso à água tratada e 90% precisa ter acesso à coleta e tratamento dos esgotos”.
Investimentos
No critério investimento total por habitante, Piracicaba também se destaca, com R$ 235,79 aplicados por pessoa, valor acima do considerado ideal pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que é de R$ 223,82 per capita. Em contraste, os 20 piores municípios do ranking investiram, em média, apenas R$ 78,40 por habitante entre 2019 e 2023, cerca de 65% abaixo do necessário para alcançar a universalização dos serviços.
Redução de perdas
Outro indicador de peso é o índice de perdas na distribuição de água, que mede a diferença entre o volume produzido e o que efetivamente chega às residências. Quanto menor a perda, melhor a colocação no ranking. Limeira aparece com perdas de 18,95%, e Campinas, com 19,67%, ambos com destaque positivo.
“Campinas, dez anos antes do prazo previsto para a universalização, já conseguiu atingir 99% da população com acesso à água, já atingiu um nível maior que 90% de coleta e tratamento dos esgotos, conseguiu reduzir as perdas de água para chegar a níveis de 19%.” comenta a presidente e reforça que a meta do Marco Legal do Saneamento Básico estabelece que as perdas precisam estar em 25% no máximo.
SP bem no ranking
Entre os 20 melhores municípios do país, nove estão localizados no estado de São Paulo. O levantamento também aponta que 11 cidades já atingiram a universalização no atendimento de água, com 100% da população abastecida.
Luana ressalta a importância de planejamento e compromisso com metas para alcançar a universalização do saneamento “Mas, para que isso aconteça, a gente precisa ter um planejamento de longo prazo, com metas claras e objetivas que precisam ser cumpridas ano a ano, envolvendo investimentos e obras. Infelizmente, as cidades que estão nas posições inferiores do ranking não têm esse planejamento e não demonstram compromisso com a universalização do saneamento básico. Quem sofre é a população, com o aumento de doenças de veiculação hídrica, como dengue, esquistossomose, leptospirose e a própria diarreia. Há ainda prejuízos ao desenvolvimento das crianças e ao meio ambiente, com rios poluídos.”
