quarta-feira, 9 julho 2025
MEMÓRIA

Campinas realiza cerimônia pelos 93 anos da Revolução de 1932

Solenidade cívico-militar relembrou combatentes campineiros e destacou episódios do conflito armado paulista
Por
Guilherme Pierangeli
Evento é realizado todos os anos em memória dos combatentes de 1932 | Foto: Guilherme Pierangeli/TV TODO DIA

Uma cerimônia cívico-militar em Campinas nesta quarta-feira lembrou os 93 anos  da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento foi realizado em frente ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, que completou 90 anos nesta quarta. O monumento fica na entrada do Cemitério da Saudade.

No total, 830 combatentes paulistas morreram durante a Revolução de 1932, sendo 16 deles naturais de Campinas. Atualmente, 34 pessoas estão sepultadas no Monumento aos Heróis de 32, considerando, além dos combatentes mortos em batalha, os demais que retornaram com vida, mas faleceram posteriormente. O último ex-combatente campineiro vivo foi Natalino Antonio Augusto, que faleceu em fevereiro de 2014, aos 104 anos.

Revolução de 32

O movimento paulista teve início em 9 de julho de 1932, como reação do estado de São Paulo ao governo provisório de Getúlio Vargas, que havia assumido o poder sem uma constituição vigente. A mobilização foi impulsionada pelo assassinato dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, dando origem à sigla MMDC, símbolo da resistência. Embora o levante não tenha conseguido derrubar o governo, a pressão política exercida contribuiu para a promulgação da nova Constituição brasileira, em 1934.

Durante a solenidade, foi realizada a entrega da Medalha “Constitucionalista”, concedida pela Sociedade Veteranos de 32 – MMDC.  A condecoração reconhece pessoas e instituições que atuam na preservação da história e dos ideais defendidos durante o levante. 

O Major da Polícia Militar, e presidente do MMDC de Campinas, Rafael Cambuí, destacou a importância do evento para lembrar os combatentes que deram a vida na batalha, e também ressaltou a ajuda da população para viabilizar o monumento. “É um dia muito importante, 90 anos que a população de Campinas fez uma arrecadação para conseguir fazer o mausoléu, que é o primeiro do estado em homenagem aos nossos heróis”.

O papel de Campinas

Durante o conflito, Campinas foi alvo de ataques aéreos promovidos por aviões do governo federal, cujo objetivo era destruir pontos de concentração de homens, armas, suprimentos e estruturas de transporte. 

O coronel da Polícia Militar e comandante do CPI-2, Leonardo Takahashi, destaca a importância das homenagens realizadas todos os anos em 9 de julho. “Simboliza a luta de muitos militares e civis que acreditaram em um país mais democrático, com mais liberdade, e conseguiram conquistar a promulgação da constituição de 1934, então esse tipo de solenidade significa muito de manter sempre acesa essa chama do trabalho, da coragem dos paulistas”.

Exército

O General de Brigada do Exército, Santiago Budó, comentou o fato de tropas do exército brasileiro terem atuado dos dois lados do conflito. “Não vivemos o momento para entender o contexto, as tropas em São Paulo aderiram ao movimento paulista, e as tropas legalistas atenderam ao chamado do Governo Federal. Isso nos deu uma maturidade para chegarmos onde estamos hoje, com São Paulo sendo o principal estado da federação, mas que somos uma federação onde todos somos importantes”.

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