O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi interrompido por um protesto enquanto participava, nesta sexta-feira, em Campinas, de evento que celebrava a “1ª Feira Brasileira do Nióbio”, um mineral pouco encontrado no mundo. Ele ouviu gritos como “Fora Bolsonaro” vindos de pessoas que estavam presentes na cerimônia, e foram vaiadas. “Não vamos chegar ao nível deles, não, por favor. Sairei daqui, imediatamente, se ela (manifestante) me responder quanto é… são 7 x 8? Raiz quadrada de 4? Saio agora daqui”, disse.
Aparentemente, as manifestantes – que não apareceram nas imagens da transmissão oficial feita pela TV Brasil – foram retiradas do local logo depois. Não ficou claro qual era o motivo principal do protesto.
Durante o seu discurso em Campinas, Bolsonaro também disse ter havido “potencialização” em relação às centenas de milhares de vidas perdidas.
O Brasil superou ontem a marca de 600.077 mortes por Covid-19.
“Em parte dá certo o nosso governo – não vou falar que é tudo 100% –, apesar da tal da pandemia, que houve uma potencialização, em que pesem as mortes. Lamentamos todas as mortes, mas houve uma potencialização, uma politização enorme”, disse ele.
Nesta sexta-feira, o governo de Bolsonaro realizou ainda a inauguração de novas instalações do CNPEM/MCTI (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), além de apresentar produtos já desenvolvidos pelas empresas em conjunto com a academia, voltados para a aplicação do mineral.
Foram entregues ainda novas instalações do Laboratório Nacional de Nanotecnologia.
O espaço é dedicado à pesquisa de nanodispositivos e nanossistemas que possibilitam desenvolvimento nas áreas da saúde, meio ambiente, agricultura e energia.
O evento foi realizado um dia depois de o Ministério da Economia desistir de aumentar em mais de R$ 650 milhões os recursos para projetos de ciência e tecnologia neste ano, sob a alegação de que a proposta de Orçamento para 2022 aumentará consideravelmente os recursos para projetos de pesquisa.
Frustrado, o ministro da Ciência, Tecnologias e Inovações, Marcos Pontes, cobrou mais dinheiro para a pasta durante o seu discurso.