sexta-feira, 26 abril 2024

Unicamp tem queda de aprovados da rede pública e alta de negros

42% dos matriculados são de escolas públicas e 30% se autodeclaram pretos e pardos em 2022  

Unicamp | Índices de inclusão social em 2022 ficam parecidos com os de 2021 (Foto: Divulgação)

A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp) divulgou nesta quinta-feira (7) os índices de inclusão social obtidos nas diferentes modalidades de ingresso para os cursos de graduação da universidade em 2022. Segundo os números, um percentual de 42,1% de estudantes são oriundos da rede pública, e 30% dos matriculados este ano são autodeclarados pretos e pardos. No ano anterior, esses percentuais haviam sido de 45,7% e 29%, respectivamente.

Entre os candidatos isentos do pagamento da taxa de inscrição, que apresentam um perfil de vulnerabilidade socioeconômica, o índice de matriculados ficou em 13%, contra 16,8% no ano passado.

Os dados consideram as modalidades Vestibular Unicamp, Vagas Olímpicas e Enem Unicamp.

As informações completas estão disponíveis na página eletrônica da Comvest.

As matrículas do Vestibular Indígena, cuja prova foi aplicada em 27 de março, ocorrerão entre abril e maio. Considerando-se as 123 vagas que serão preenchidas, o índice de estudantes de escolas públicas matriculados na Unicamp em 2022 deve chegar a 44,3%, já que todos os candidatos dessa modalidade têm esse perfil.

Na avaliação do diretor da Comissão, professor José Alves de Freitas Neto, “os dados revelam a complexidade da política de inclusão, considerando que, mesmo com políticas robustas, como no caso da Unicamp, sofremos o impacto da pandemia. Acompanhamos as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante esse período. A queda de alunos de escolas públicas matriculados era, de certa forma, esperada, dado o número menor de inscritos registrado. Por outro lado, a meta em relação às pessoas autodeclaradas pretas e pardas foi atingida. E em 82% dos cursos, conseguimos um percentual superior a 25% de ingressantes com esse perfil”, explicou.

Thiago Neres, que ingressou pelas cotas étnico-raciais em Engenharia Mecânica, defende as políticas de inclusão. “Essas políticas abrem as portas para pessoas de baixa renda que não tiveram acesso a uma educação de qualidade, e isso ajuda a acessar uma universidade pública de qualidade como a Unicamp”, afirmou. No curso em que foi aprovado, 30% dos matriculados se autodeclararam pretos ou pardos.

Este ano, em vários dos cursos mais concorridos da Unicamp, os percentuais de matriculados de escola pública ultrapassaram os 50%.

Em Ciências Biológicas, o índice chegou a 62,8% entre ingressantes no noturno. No curso de Arquitetura e Urbanismo, o percentual foi de 56,7%, o mesmo registrado em Comunicação Social-Midialogia. Em Enfermagem, o percentual foi de 50%.

Marina Martovic, ingressante no curso noturno de Engenharia Química pela modalidade Vagas Olímpicas, fez escola pública no Ensino Médio e disse que sempre quis estudar na Unicamp. O curso em que ingressou teve 43,6% dos estudantes vindos da rede pública. “Estou gostando bastante da Universidade e do curso. Percebo que estudar para as olimpíadas, na época da escola, me ajudou a criar uma base para as matérias que envolvem matemática, que são quase todas as matérias da minha grade agora”, afirma. 

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