Os servidores públicos municipais de Americana decidem em assembleia on-line até sexta-feira (9) se aceitam a contraproposta feita pelo prefeito Chico Sardelli (PV) de não reajustar, pelo segundo ano consecutivo, o salário da categoria. Diante do cenário, caso haja autorização dos servidores na assembleia, o sindicato já sinaliza que deve entrar na Justiça.
Os representantes dos servidores apresentaram no fim de janeiro uma lista com 19 demandas ao prefeito, iniciando a campanha salarial de 2021. Entre elas, duas tratavam da reposição da inflação de 2019 – não concedida no ano passado por conta da pandemia – e de 2020, totalizando cerca de 9% de reajuste.
Além disso, os servidores pediram revisão do valor da cesta násica para R$ 700, pagamento das licenças-prêmio vencidas, implantação de auxílio emergencial para trabalhadores da saúde e da Guarda, entre outras demandas.
Na contraproposta, o prefeito nega os reajustes salariais, do valor da Cesta Básica e a implantação de auxílio emergencial aos trabalhadores da saúde e da Guarda, alegando que por conta de legislação federal referente ao combate à pandemia, está vedado qualquer reajuste salarial ou concessão e majoração de benefícios até o final de 2021.
A proposta prevê, no entanto, o atendimento a alguns dos pedidos feitos pela categoria, tais como: pagamento da Cesta Básica a servidores afastados por motivo de saúde e o início do pagamento das licenças-prêmio vencidas, no valor de R$ 200 mil mensais, por ordem cronológica (podendo esse valor ser aumentado caso haja disponibilidade de caixa).
A proposta ainda contempla uma possível substituição do fornecimento de marmitas aos trabalhadores que as recebem por ticket refeição pago em cartão. Isso seria estudado quando o contrato atual de fornecimento acabar.
Os servidores podem analisar a proposta completa no site da entidade, onde também devem votar até sexta se aprovam o documento ou, em caso de rejeição da proposta, autorizam o sindicato a entrar na Justiça.
No início da negociação, o presidente do sindicato, Toninho Forti, se dizia esperançoso de que o diálogo com a nova gestão rendesse mais frutos à categoria, mas nesta semana, diante da contraproposta, afirmou que a prefeitura “não correspondeu às expectativas”.
“Por enquanto, continua o servidor sendo desvalorizado, e a prefeitura com várias desculpas. Esperamos que os servidores votem. Quanto mais se manifestarem, melhor pra nós, mostra que estamos mais unidos nesse propósito. Se o servidor autorizar, vamos judicializar vários pontos, um deles é a reposição das perdas da inflação. Não pode ter aumento real, mas reajuste sim, várias cidades fizeram”, afirmou.
Em nota, a prefeitura reafirmou os argumentos apresentados na contraproposta. “O entendimento do município é que, de fato, não há previsão legal que permita reajuste no momento”.