sábado, 23 agosto 2025
Rio Piracicaba

Com baixo nível de água, Rio Piracicaba é um alerta para a população

Baixa vazão compromete a qualidade da água, aumenta poluição e eleva custos de tratamento
Por
Cássia Fossaluza
A estiagem típica do inverno se soma ao fato de que parte da água das cabeceiras das bacias PCJ é desviada para a Grande São Paulo pelo Sistema Cantareira. Foto: Divulgação

A falta de chuva e a retirada de água são alguns fatores que corroboram para o baixo nível do Rio Piracicaba. Segundo a Sala de Situação PCJ – Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, em boletim enviado na manhã de sexta-feira (22), as águas estão entre as mais baixas das últimas décadas, registrando 19,6 m³/s em Piracicaba — menos da metade da média histórica para o mês (50,5 m³/s).

A estiagem típica do inverno se soma ao fato de que parte da água das cabeceiras das bacias PCJ é desviada para a Grande São Paulo pelo Sistema Cantareira, que hoje retira 26,3 m³/s (média mensal de 31,9 m³/s, dentro do limite legal de 33 m³/s).

Perigos com a baixa vazão

Segundo a bióloga, doutora em microbiologia e perita ambiental, Brígida Pimentel Villar de Queiroz, essa baixa vazão reduz a capacidade natural do rio de diluir esgotos e poluentes, o que eleva a concentração de nutrientes e matéria orgânica. “O resultado é um risco maior de proliferação de algas e cianobactérias — que podem produzir toxinas perigosas à saúde — além de maior custo e complexidade no tratamento da água. Também cresce a possibilidade de mortandade de peixes e de conflitos entre abastecimento, irrigação e usos econômicos”, completou.

O comerciante de um dos restaurantes da Rua do Porto, Adair Paulo Lacerda, disse que em cinco anos nunca viu o rio com tão pouca água. Essa redução oferece riscos à saúde e ao bem-estar da população, conforme comentou a bióloga: “essa baixa aumenta a concentração de poluentes, o que pode emergir doenças, além de refletir na qualidade dos peixes que são retirados do rio”.

Alerta para a população

Essa baixa na quantidade de água também reflete na qualidade, e para tratá-la é preciso usar mais produtos químicos até que chegue às residências. Brígida enfatiza que são necessárias políticas públicas de conscientização da população para evitar desperdícios, como não lavar calçadas. “A água que sai da mangueira é potável, tratada, e as pessoas desperdiçam essa água. É preciso entender que a água é o bem mais precioso”, completou.

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