sábado, 20 abril 2024

Com números subindo, região caminha para terceira onda da Covid

Pouco mais de 20 dias depois de relaxar parcialmente regras da chamada Fase de Transição do Plano São Paulo, estendendo o horário de funcionamento de comércios e serviços, a região de Campinas vive agora um cenário de aumento de casos e internações, e caminha, nas próximas semanas, para um provável aumento de mortes causadas pela Covid-19 – em uma terceira onda da pandemia.

De acordo com dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), nesta sexta-feira (28), o DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas, formado por 42 cidades, tinha índice de 400 novos casos de Covid registrados por dia para cada 100 mil habitantes, e média móvel de 225 internações por dia ao longo da última semana. São números semelhantes ao início da segunda onda da pandemia, vivida em março.

As duas curvas, de casos e internações, estão em movimento de subida há 15 dias, sem nem ao mesmo ter chegado a um ponto mais baixo que o pico da primeira onda, de julho do ano passado.

Neste momento, apenas o índice de mortes para cada 100 mil habitantes segue caindo, mas como os casos e internações aumentaram, a previsão é de que os óbitos tornem a subir.

Na análise da infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, os dados apontam para uma imininente chegada da terceira onda da pandemia, caso não sejam adotadas medidas para aumentar o isolamento social e o ritmo da vacinação.

“Nós não chegamos a sair da segunda onda. A opção pela flexibilização foi muito precoce, no sentido que aconteceu quando começamos a ter poucos dias de redução de casos, sem que chegássemos a ter um reflexo importante de redução da taxa de ocupação de leitos. A gente já estava com o sistema próximo do limite, então não saímos da segunda onda e já estamos engrenando numa subida”, apontou.

De acordo com Raquel, é provável que a terceira onda seja ainda mais grave, já que os profissionais de saúde estão ainda mais esgotados, podem faltar insumos para os internados e intubados e também há risco de novas variantes se espalharem com mais força.

“Daqui umas duas semanas possivelmente vai refletir no aumento de mortes. Já estamos começando a subir de novo em um cenário de recursos da saúde muito ruim, tanto em relação a leitos quanto profissionais, que não têm um alívio há quase 15 meses, estão extremamente desgastados”, disse.

A saída, para a professora, é a retomada de medidas de distanciamento social e a aceleração da vacinação.

“É uma situação que preocupa demais. O que pode talvez fazer com que o cenário não seja tão dramático é se a gente acelerar a vacinação, pode segurar essa curva, além do retorno para o isolamento, que já era para ter ocorrido. Mas aqui na região não vemos esse movimento. Já temos os hospitais próximos do limite novamente”, alertou Raquel.

AMERICANA
Em Americana, o cenário de ocupação de leitos já aponta para o retorno ao período mais crítico, já que nesta sexta a taxa geral de ocupação de leitos para Covid-19 no município era de 86% entre os leitos com respiradores (de 84 no total, 71 estão ocupados) e de 87% nos leitos sem respiradores (de 79 no total, 69 estão ocupados).

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