A Câmara Municipal de Americana realizou na segunda-feira (16), a primeira audiência pública para debater o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Americana, que estabelece as diretrizes com o objetivo de melhorar o deslocamento na cidade, desde o acompanhamento e monitoramento até avaliação e revisão periódica. Caso o plano seja aprovado no Legislativo, o município poderá buscar recursos para financiamento de pendências em obras de mobilidade.
Com participação a de moradores e usuários das vias, foram levantados problemas referentes ao transporte público, questões de acessibilidade às pessoas com deficiência e também sobre o tráfego de veículos no município, como vagas. O fato de Americana ser ‘cortada’ pela linha férrea é levado em conta no Projeto de Lei, de autoria do Poder Executivo, que está se adequando a uma Lei Federal aprovada em 2012 por meio da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
“Foi fundamental fazermos um diagnóstico sobre os eixos geradores de tráfego no solo, levando em consideração os pedestres – que são o eixo prioritário –, as ciclovias, o transporte público coletivo e os veículos privados, além de questões como ferrovia, transporte aéreo, acessibilidade urbana e serviços de transporte privado, como táxis e por aplicativo”, apontou a socióloga da Unidade de Estatística e Análise Socioeconômica da secretaria municipal de Planejamento, Maria Aparecida Martins.
Questões são levantadas na audiência
O ex-vereador de Americana Welington Rezende (MDB) comentou sobre a necessidade de adequar os espaços aos idosos. “Quem toma ônibus hoje em Americana não são adequados. Precisa subir uma rampa pra pegar o ônibus e descer os degraus. Não precisa ter elevação dentro do veículo. Não é adequado aos idosos e crianças. Há cidades em que os ônibus são nivelados. Essas empresas novas não atendem a população. Tem problemas até com o ar condicionado”, disse o ex-parlamentar.
O vereador Gualter Amado fez apontamentos sobre falhas nas políticas de mobilidade conduzidas pelo Poder Executivo. “O plano é bastaste detalhista e bem elaborado. Se executado, nossa cidade poderá ser uma das melhoras em acessibilidade. A realidade do transporte coletivo atualmente é muito ruim. A oferta de viagens é insuficiente e, por isso, as pessoas migram pra outros modais. Há um círculo vicioso, porque a demanda baixa é ilusória e a prefeitura não cobra a empresa concessionária, que disponibiliza menos veículos que o disposto em contrato. O ideal seria redistribuição das linhas com linhas complementares”, disse o parlamentar.
Thiago Martins apontou falhas na execução do corredor metropolitano pelo governo estadual. “Americana cresceu sem planejamento, é a realidade. Nós esperamos que o trem intercidades seja feito de forma correta, porque o corredor metropolitano não funciona, foi mal planejado pelo governo estadual e está assim há mais de dez anos.
O terminal urbano também não funciona. A Avenida João Nicolau Abdala está contemplada no plano, e eu acompanho a situação, porque são caminhões e treminhões que passam por lá e quebram o asfalto e as sinalizações para fazer atendimento de empresas de outras cidades. Esse plano foi muito bem feito”, pontuou Martins.
O secretário de planejamento respondeu a dúvidas sobre questões específicas questionadas durante a audiência. “Nós seguimos diversas normas técnicas da ABNT, como a que traz como regra o atendimento das normas de acessibilidade, como o piso tátil. O plano engloba todo o território da cidade, porém há mais facilidade de implantação nos novos empreendimentos. Já naqueles consolidados haverá mais dificuldade porque isso depende da estrutura disponível. Também esclareço que estamos buscando recursos para viabilizar maior integração do Terramérica através de viaduto pela rodovia, também com ciclovia, que é uma tendência”, explicou Guidolin.
A tribuna livre foi utilizada por moradores para apresentar sugestões e dúvidas
Wellington dos Santos, que é motorista de aplicativo, citou demandas da categoria. “O plano coloca os ônibus no centro da política de transporte público, porém eles não são a salvação. Hoje as pessoas querem usar os aplicativos, já que nem ônibus tem durante a madrugada, além de ser mais seguro usar o carro quando a pessoa tem a intenção de ingerir bebida alcoólica. O que enfrentamos hoje é a atuação da polícia que nos multa e, enquanto isso, a prefeitura não faz as vagas apropriadas para estacionarmos”, disse.
Ao final da audiência, o secretário-adjunto de Trânsito respondeu questionamentos encaminhados pela população através do site da Câmara. “Nós temos a Comissão Permanente de Acessibilidade, que trabalhou junto na elaboração do plano, assim como também todos os conselhos foram convidados. Já realizamos audiências na prefeitura, então buscamos a maior participação popular possível. Sobre os problemas de acessibilidade em prédios, isso existe porque eles atendem a legislação da época em que foram feitos, porém os prédios novos precisam se atentar a isso. Na questão da travessia segura, o foco principal é promover a educação no trânsito. A colocação de radares ou lombadas é a última opção. Com esse plano aprovado, poderemos buscar mais recursos do governo estadual e federal para resolvermos os problemas de mobilidade que há décadas existem em Americana”, apontou Giongo.
A segunda audiência sobre o tema está programada para o dia 30 de outubro, às 19h, no Plenário da Câmara. Para mais informações sobre o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, acesse a página das audiências no site da Câmara.