domingo, 14 setembro 2025

Combustíveis adulterados: saiba como o problema atinge a região

Operação Carbono Oculto mobiliza Receita Federal e órgãos de fiscalização; Procon e Câmara orientam consumidores
Por
Felipe Gomes
Operação Carbono Oculto mobiliza Receita Federal e órgãos de fiscalização; Procon e Câmara orientam consumidores. Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A maior operação contra o crime organizado já realizada no país em termos de cooperação institucional atinge diretamente o cotidiano da Região Metropolitana de Campinas. Deflagrada no último dia 28 de agosto, a “Operação Carbono Oculto” desmantelou um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

Na região
Na área de cobertura da TV TODODIA houve um alvo em Santa Bárbara, sete em Campinas, um em Cosmópolis, dois em Piracicaba e quatro em Paulínia. No total, a ação cumpriu cerca de 350 mandados de busca e apreensão em oito estados, além de bloqueios judiciais que somam mais de R$ 1 bilhão em bens.

De acordo com as investigações da PF, o grupo criminoso utilizava centenas de empresas para lavar dinheiro e lucrar com a adulteração de combustíveis, prática que traz risco financeiro e de saúde para os consumidores.

Riscos para motoristas
O combustível adulterado pode causar danos imediatos ao veículo, gerando altos custos de manutenção, além de exalar vapores prejudiciais à saúde. É o que explica o diretor do Procon, Estevam Cardoso. “A identificação não é simples. Em geral, o motorista percebe durante o uso, como, por exemplo: falhas no motor ou perda de desempenho. A cor do combustível nem sempre denúncia a fraude”, explica.

Ele orienta que, em caso de suspeita, o consumidor registre boletim de ocorrência e procure o Procon, munido da nota fiscal. “A emissão da nota é fundamental para garantir ressarcimento e para que possamos notificar o posto”, reforça.

Fiscalização legislativa e participação popular
Cardoso lembra que a análise técnica da qualidade do combustível é atribuição da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que envia equipes especializadas para a coleta e perícia. O Procon recebe as denúncias e pode acionar a ANP quando necessário.

O vereador Thiago Brochi destaca a importância da colaboração da população para ampliar a fiscalização. “Dependemos da ANP, da Polícia Civil e do Procon para dar continuidade ao trabalho. A denúncia do consumidor é essencial para coibir fraudes”, afirma.

Brochi cita ainda leis municipais que exigem transparência de preços e publicidade em promoções de combustíveis, além de orientar o consumidor a fotografar a bomba e a publicidade e a conferir se o valor anunciado corresponde ao preço na bomba. “Qualquer dúvida deve ser levada ao Procon, e, se houver dano ao veículo, é preciso registrar ocorrência policial”, diz.

Serviço
O Procon de Americana atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, pelo telefone 151. O órgão recomenda sempre solicitar nota fiscal e relatar imediatamente qualquer suspeita de combustível adulterado.

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