Calçadão lotado, fila na frente das lojas, gerente rindo à toa. O primeiro dia de retomada das atividades do comércio – ainda que parcial – superou as expectativas de comerciantes que acreditavam que as vendas ainda seriam modestas, por conta do medo da pandemia ou da falta de dinheiro no bolso.
O fato é que desde o período matutino, quando boa parte das lojas já abriu as portas, os consumidores chegavam de todo canto.
Queixas houve, claro. Teve gente reclamando da falta de ônibus para os bairros. Algumas pessoas não tinham paciência de esperar a vez de entrar no comércio. Outras ainda não respeitavam normas de organização e metiam a cara dentro do café. Havia balcões com consumidores amontados em lanchonetes da Fernando Camargo.
A reportagem do TodoDia circulou pela região central durante a manhã e à tarde. E conferiu, de perto, que os vendedores, surpresos com o movimento registrado, tiveram de se esforçar bastante para organizar o atendimento ao público.
Na Rua 12 de Novembro, a própria gerente de uma rede de lojas de departamento teve de arregaçar as mangas e, do lado de fora, ordenar a fila externa, para que cada consumidor respeitasse a demarcação no solo e mantivesse distanciamento mínimo dos outros clientes.
Nos balcões, as equipes de venda, usando máscaras, pediam calma para clientes que se amontoavam na entrada e achavam um absurdo ter de esperar para entrar e gastar dinheiro. E a situação ficou ainda mais complicada porque muita gente foi ao Centro para regularizar o pagamento de prestações. Do lado de fora precisou ser formada uma fila só para o crediário.
A gerente assume que ficou assustada. Mas, para ela, foi só o primeiro dia. Naturalmente, disse, as lojas vão se adequando à demanda e aprimorando o atendimento.