sexta-feira, 19 abril 2024

Corte de verbas para o Hospital Estadual de Sumaré faz vereador ir ao Ministério Público

O presidente da Câmara de Sumaré, Willian Souza (PT), levou ao Ministério Público uma representação contra cortes de gastos do governo do estado que podem causar o fechamento das alas de pediatria e oftalmologia do HES (Hospital Estadual de Sumaré). Segundo ele informou à noite, o MP acatou a denúncia. A reportagem não conseguiu contato ontem à noite com o MP.

No início da semana, o governo do estado anunciou corte de 12% no repasse mensal para hospitais filantrópicos e santas casas, caso do HES (Hospital Estadual Sumaré), que terá corte de 6,5%.

Segundo o Sinsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Campinas e Regiao), a redução deve causar o fechamento das alas de pediatria e oftalmologia, demitindo cerca de 100 funcionários.

Willian afirmou que conversou com políticos da região para evitar o fechamento. “Começa fechando uma ala, depois outra, depois fala que não tem demanda e fecha o hospital. Fechar as alas afeta muito a vida do morador de Sumaré. Entrei com representação no MP daqui e a promotora acatou o pedido”.

Segundo o vereador, que mostrou o documento em vídeo no Facebook, o MP questiona a Secretaria de Saúde do Estado se há condições do HES atender a demanda mesmo com os cortes, dando prazo de dois dias para resposta.

“A prefeitura também se pronunciou pedindo para rever esta situação. Estamos unidos e empenhados para não deixar fecharem as portas”, afirmou.

O presidente da Câmara de Sumaré também disse que o fechamento de alas do HES, que atende cerca de 750 mil pessoas, é “uma grande afronta à saúde da cidade e a região”.

Willian alfinetou o governador João Doria (PSDB). “Aconselho o senhor a cortar despesas com seu jatinho, com sua mansão, com os policiais que fazem a segurança da sua casa, com viagem pra Miami. Com o povo pobre, de periferia, que precisa do hospital pode? Não vamos permitir”.

O governo do estado informou em nota que a assistência à população da região de Campinas está garantida, “sobretudo nos atendimentos de urgência e emergência, uma vez que o foco da Secretaria de Estado da Saúde é salvar vidas em meio ao recrudescimento da pandemia”. Segundo a nota, haverá reorganização de fluxos e pactuações para serviços eletivos ou com baixa demanda.

“O Hospital Estadual de Sumaré já atua com Pronto Socorro referenciado e teve o perfil mantido. Haverá adequações na enfermaria pediátrica devido à ociosidade – a ocupação chegou a atingir somente 45% na enfermaria, com demanda predominante de média complexidade que pode ser absorvida pela rede primária, com possibilidade de ampliação pelas prefeituras. As UTIs pediátrica e neonatal serão mantidas”, informou.

Procedimentos eletivos em oftalmologia contam com serviços de referência nos AMEs de Campinas, Piracicaba e Santa Bárbara d’Oestes. Exames continuarão sendo ofertados tanto no HE quanto nos AMEs da região, segundo o estado.

“É fundamental reiterar que a Secretaria da Saúde tem atuado para salvar vidas e combater a pandemia de Covid-19. O combate segue como eixo prioritário de atuação e exigindo equacionamento orçamentário de caráter transitório. Os ajustes estão amparados na Lei Orçamentária de 2021 e não representam prejuízo aos pacientes da rede pública de saúde”, encerra a nota.

A reportagem questionou a assessoria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), responsável pelo HES, mas não houve retorno.

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