O setor da construção civil segue aquecido em Cosmópolis e região, mas enfrenta um desafio que preocupa empresários e gestores públicos: a falta de trabalhadores qualificados. De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), a escassez de mão de obra é hoje um dos principais entraves ao crescimento do segmento.
Empresas locais têm buscado alternativas, como parcerias com o Senai para a formação de mestres de obras, pedreiros e carpinteiros, além de cursos internos para qualificar e reter profissionais.

“As pessoas não procuram mais”
O empresário Leandro Zanelatto, que atua há quase 30 anos na área, afirma que a procura por oportunidades no setor caiu drasticamente. “Temos hoje cerca de vinte e cinco vagas abertas em diferentes áreas, de pedreiro a engenheiro. Mesmo divulgando nos sites, redes sociais e balcão de empregos, as pessoas não estão procurando”, relatou.
Segundo ele, o problema vai além da falta de qualificação. “É uma questão cultural. É preciso valorizar a profissão e mostrar que é possível construir carreira dentro da área”, completou.

Prefeitura investe em capacitação
O diretor de Desenvolvimento Econômico de Cosmópolis, Cloudeslei Perucci, confirma o cenário e afirma que o município tem buscado alternativas para ampliar a qualificação.
“Cidades como Paulínia, Americana e Limeira têm buscado profissionais aqui. A mão de obra está escassa, e precisamos incentivar a capacitação”, disse.
Em parceria com a Secretaria de Educação e a Prefeitura, o município oferece cursos gratuitos, como pedreiro predial, eletricista e pintor, ministrados na Escola Milton Frungilo.
Impacto na economia local
Zanelatto alerta que a falta de profissionais tem prejudicado o andamento das obras e o crescimento econômico.
“Sem mão de obra, não conseguimos evoluir com os trabalhos nem assinar novos contratos. Isso desacelera a economia e o setor”, avaliou.
Tecnologia aliada, mas não substituta
Apesar do avanço tecnológico no setor, o empresário acredita que o fator humano continuará sendo essencial.
“A máquina pode fazer tarefas repetitivas e perigosas, mas o olhar e a habilidade do profissional são insubstituíveis”, afirmou.
A construção civil segue como um dos setores que mais geram empregos no país, mas o cenário em Cosmópolis mostra que investir em formação técnica e valorização profissional será decisivo para manter o ritmo de crescimento nos próximos anos.





