terça-feira, 1 julho 2025

Covid regride na região, mas variante delta já acende sinal vermelho

Números de casos e mortes têm quedas expressivas, porém Observatório da PUC alerta para cepa agressiva 

Novo coronavírus | Provável chegada da variante delta preocupa especialistas

As cidades da região de Campinas fecharam mais uma semana com importantes quedas nos números de novos casos, internações e mortes por Covid-19. Segundo a mais recente nota técnica do Observatório PUC-Campinas, divulgada nesta terça-feira (24), entre 14 e 21 de agosto houve reduções de 8,72% no número de novos casos registrados, de 20,95% nas mortes e recuo de 12,7% nas internações em UTI por Covid nos 42 municípios que compõem a área de abrangência da DRS-Campinas (Departamento Regional de Saúde).

Apesar do cenário mais positivo na última semana (correspondente à 33ª Semana Epidemiológica), o avanço da variante delta do novo coronavírus no Rio de Janeiro, mais agressiva e contagiosa, acende um sinal vermelho para a região de Campinas, na avaliação do infectologista André Giglio Bueno, um dos especialistas que assinam a nota técnica semanal do Observatório PUC-Campinas, que é baseada em dados da Fundação Seade. Para Bueno, a situação observada no Rio pode ocorrer muito em breve no restante do país.

“De acordo com a Rede Genômica Fiocruz, os dados apontam que 55% das últimas amostras do Estado de São Paulo correspondem à variante delta. No dia 10 de agosto, o número era de 39%. São dados muito preocupantes, pois podemos vir a enfrentar situação semelhante à de outros países em algumas semanas”, destaca Giglio.

NÚMEROS
Segundo a nota técnica desta segunda-feira (disponível no site observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19),
O DRS-Campinas é o segundo em número de casos e óbitos, atrás, apenas, da Grande São Paulo.

até 21 de agosto, foram notificados 476,3 mil casos e 13,8 mil mortes na área do no DRS Campinas – letalidade de 2,91%. Na RMC (Região Metropolitana de Campinas) são 331,5 mil casos e 10,1 mil óbitos até o momento – letalidade de 3,05%.

Em relação à semana anterior, o ritmo de avanço da pandemia continua desacelerando no DRS-Campinas. Foram registrados, nesta 33ª semana, um total de 5,7 mil casos de Covid nas 42 cidades do DRS-Campinas (variação de -28,72%, em relação à semana anterior). Destes, 3,8 mil casos foram registrados na RMC (var. -25,22%) e 1,2 mil casos em Campinas (var. -20,12%).

O número de mortes – 166 no total – foi 20,95% menor na região em comparação à semana anterior.

Os dados da Fundação Seade evidenciaram queda de 12,7% nas novas internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid nos municípios da área do DRS-Campinas. Foram 731 internações na semana, contra 837 nos sete dias anteriores. “Felizmente, a pressão sobre o sistema segue em diminuição. No dia 20 de agosto a ocupação dos leitos públicos de UTI-Covid era de 70%”, acrescentam os pesquisadores na nota.

Apesar do cenário favorável desenhado pelos números da evolução da pandemia na região, a preocupação com impacto da introdução da variante delta é grande.

“Nos últimos meses viemos assistindo a diversos exemplos externos do que pode ocorrer com a substituição da variante circulante pela delta e, mais recentemente, os números da cidade do Rio de Janeiro já parecem adiantar o que possivelmente ocorrerá no resto do país. Inicialmente, uma grande elevação nos casos e, posteriormente, a depender da cobertura vacinal com duas doses de cada local, aumento de hospitalizações e óbitos”, afirma a nota.

Até o momento, a região tem apenas dois casos confirmados de infecção pela variante delta do novo coronavírus: um em Valinhos e outro em Itapira. 

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