A indústria da RMC (Região Metropolitana de Campinas) parou de apresentar evolução na criação de postos de trabalho durante a greve dos caminhoneiros, segundo pesquisa divulgada pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Facamp (Faculdades de Campinas), na terça-feira.
De acordo com os dados, maio registrou um saldo negativo de 250 vagas. No acumulado do ano, há um saldo positivo de 2,6 mil contratações. A entidade que representa o setor também atribui o cenário às incertezas em relação às eleições de outubro.
“Se a indústria e o comércio não conseguirem repassar os aumentos nos seus custos, em razão da queda no consumo da população, esse quadro pode piorar”, disse o diretor regional do Ciesp Campinas, José Nunes Filho.
De acordo com Nunes, o prejuízo com a paralisação dos caminhoneiros foi de R$ 20 bilhões, o equivalente a 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto). “Isso, somado a incerteza nos rumos da campanha presidencial, resulta em uma diminuição nas expectativas do PIB e pode afetar o emprego nos próximos meses”, explicou.
Com relação à Sondagem Industrial, o economista da Facamp José Augusto Ruas disse que os números da pesquisa sobre a indústria regional não trazem boas notícias. “Cinquenta por cento dos respondentes afirmaram que as vendas de maio foram inferiores ao mês anterior e para 46% os estoques em maio aumentaram, claro que em função da greve dos caminhoneiros, que afetou também custos e investimentos em curso e os programados para o futuro, atrapalhando o ritmo da indústria em 2018”, disse o professor.
VOLUME DE VENDAS
O mês de maio de 2018 mostrou que para 22,2% dos empresários consultados o volume de vendas foi superior ao mês anterior; para 27,8% deles o montante foi estável; e para 50% foi inferior. Os números mostram um resultado inferior em relação a maio de 2017, uma vez que 34,6% dos empresários declaravam aumento no valor das vendas; 30,8% afirmavam que o valor permanecia inalterado; e 34,6% que era inferior.