Eles nasceram com fama de bravos, mas hoje exercem um papel afetuoso e transformador. No projeto Cães que Curam, do grupo Raças de Peso, cães como pit bulls estão rompendo estereótipos ao atuarem como verdadeiros terapeutas de quatro patas. A iniciativa leva carinho, atenção e acolhimento a crianças, especialmente em instituições de atendimento especial.
Criado em 2024, o projeto promove visitas terapêuticas em escolas e entidades da região, como a APAE de Santa Bárbara d’Oeste, onde a ação teve início. O objetivo é duplo: promover bem-estar emocional por meio da interação com os cães e quebrar preconceitos sobre raças consideradas agressivas.

“A terapia com animais já tem comprovação científica: ajuda a reduzir a ansiedade, melhora a pressão arterial e o bem-estar geral dos pacientes. E o contato é benéfico também para os próprios cães, que recebem muito carinho e atenção”, explica o adestrador Gilberto Leandro Júnior, um dos responsáveis pelo projeto.
Antes de participarem das visitas, os cães passam por um treinamento rigoroso de socialização, para que saibam lidar com ruídos, toques e o comportamento espontâneo das crianças. A segurança e o conforto dos envolvidos — humanos e animais — é prioridade.
“A gente garante que esses cães tenham uma vida equilibrada. Fora das visitas, eles têm um espaço próprio, como uma escolinha, onde brincam, treinam e descansam. O bem-estar deles é fundamental”, afirma o idealizador do projeto, Emerson Xavier.

A equipe conta também com acompanhamento veterinário. O médico veterinário Anibal Felipe Fazani reforça que os cães são avaliados constantemente. “O contato com as crianças é maravilhoso, mas também exige energia. Por isso, respeitamos os limites de cada animal, cuidamos da alimentação, do ambiente e dos sinais de estresse. A qualidade de vida deles é tão importante quanto o impacto terapêutico que proporcionam”, destaca.
O grupo agora trabalha para profissionalizar ainda mais o projeto e expandir sua atuação, alcançando outras instituições e comunidades. “Queremos mostrar que, com amor, cuidado e responsabilidade, qualquer cão pode ser agente de transformação”, resume Emerson.