quinta-feira, 31 julho 2025
MAPA DE RISCO

Defesa Civil Estadual alerta: calor intenso e risco de queimadas aumentam a partir de sexta (1º)

A ferramenta tem se mostrado essencial para tomadas de decisão estratégicas, entre os meses de tempo seco e baixa umidade, como agosto e setembro
Por
Diego Rodrigues

A Defesa Civil do Estado de São Paulo tem utilizado uma ferramenta tecnológica baseada em inteligência artificial para prever e combater incêndios florestais em todo o território paulista. Trata-se do Mapa de Risco de Incêndios, que cruza diariamente dados climáticos e meteorológicos para identificar as áreas mais suscetíveis a queimadas.

Segundo o tenente da Defesa Civil estadual, Maxwell de Souza, a ferramenta tem se mostrado essencial para tomadas de decisão estratégicas, sobretudo durante os meses de tempo seco e baixa umidade, como agosto e setembro.

O tenente da Defesa Civil estadual, Maxwell de Souza durante entrevista à TV TODODIA. Foto: Reprodução / TV TODODIA

Como funciona o Mapa do Fogo

O Mapa do Fogo é um sistema que analisa variáveis como temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, volume de chuvas acumuladas e previsão de precipitação. A partir desses dados, o sistema projeta um panorama de risco para os próximos cinco dias.

As informações são processadas por um sistema de inteligência artificial, com base em dados de satélites e de estações meteorológicas, organizados pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil.

Com essas análises, é possível antecipar ações como o deslocamento de equipes para regiões de maior risco, reforço de efetivo e orientações às prefeituras e órgãos ambientais.

Sala SP Sem Fogo: inovação inspirada na Europa

Neste ano, a Defesa Civil implementou a “Sala SP Sem Fogo”, uma estrutura inspirada em experiências de Portugal e Espanha. A iniciativa permite que, com até um dia de antecedência, as equipes atuem na prevenção e combate de focos de incêndio.

Dois profissionais — um meteorologista e um analista — monitoram 24 horas por dia os dados gerados por ferramentas como o SMAC, sistema que identifica focos ativos de queimadas em tempo real por meio de imagens de satélite.

Com base nessas informações, é possível prever o momento mais crítico do dia para a propagação do fogo, considerando fatores como temperatura, umidade do ar e direção do vento. Isso garante uma resposta mais rápida e eficiente das equipes em campo.

Situação na região de Campinas

Segundo a Defesa Civil, a região de Campinas tem sido monitorada com atenção. Embora o número de ocorrências neste ano seja inferior ao mesmo período de 2024, cidades como Limeira, Campinas e Jundiaí já registraram focos significativos de incêndio.

Nesta semana, uma frente fria ajudou a reduzir os riscos, com temperaturas mais amenas e aumento da umidade. No entanto, o cenário deve mudar a partir de sexta-feira (1º), com elevação das temperaturas e queda na umidade relativa do ar. O mapa de risco já aponta um domingo com condições críticas.

Regiões mais afetadas

Nos últimos 12 meses, o noroeste paulista lidera o ranking de ocorrências. Regiões como Ribeirão Preto, Franca e Presidente Prudente, mais afastadas da influência da umidade oceânica, apresentam índices mais elevados de queimadas devido ao clima mais seco.

Em contrapartida, cidades como Campinas, por estarem mais próximas do litoral, recebem mais umidade e chuvas frequentes, o que ajuda a conter os focos de incêndio.

Causas: 90% dos incêndios têm origem humana

Um levantamento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente aponta que 90% dos focos de incêndio são causados por ações humanas, sejam intencionais ou acidentais.

As principais causas são: soltura de balões; bitucas de cigarro jogadas às margens de rodovias; queima de lixo doméstico; limpeza de terrenos com uso de fogo e práticas agrícolas inadequadas.

“Muitas vezes, a pessoa nem sabe que foi a causadora. A queima do lixo no quintal pode gerar faíscas levadas pelo vento, que atingem áreas de mata e iniciam grandes incêndios”, explica o tenente da Defesa Civil.

Combate e fiscalização intensificados

A Operação São Paulo Sem Fogo reúne diversas secretarias do governo estadual no combate aos incêndios. A Polícia Ambiental tem reforçado a fiscalização e já aplicou mais de R$ 500 mil em multas a responsáveis pela soltura de balões.

Ações educativas também estão sendo promovidas em diversas cidades, como Sorocaba e Pindamonhangaba, com a distribuição de folhetos, orientações à população e incentivo a denúncias. Participam das ações a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a Fundação Florestal.

Alerta para os meses mais críticos

Agosto e setembro são considerados os meses mais críticos para incêndios florestais em São Paulo, devido ao longo período de tempo seco e à vegetação ressecada.

A Defesa Civil tem intensificado medidas preventivas, como a construção de aceiros — faixas de terra sem vegetação, que impedem o avanço do fogo — em áreas de reserva ambiental e também em zonas urbanas.

“Estamos atentos ao clima e às mudanças de temperatura e umidade. A atuação integrada e a conscientização da população são fundamentais para evitar tragédias”, destaca o tenente.

Como denunciar

A população pode colaborar denunciando práticas ilegais, como: queima de lixo; limpeza de terrenos com fogo e soltura de balões.

As denúncias podem ser feitas de forma gratuita e anônima pelo Disque Denúncia 181.

Em caso de emergência, o contato com a Defesa Civil pode ser feito pelo telefone 199. Informações adicionais também estão disponíveis no site www.defesacivil.sp.gov.br e nas redes sociais (@defesacivilsp).

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