As ocorrências policiais de estelionato em geral e do golpe do motoboy em particular têm aumentado bastante durante a pandemia do novo coronavírus. A constatação é feita de forma prática pelo delegado assistente da Delegacia Seccional de Americana, Claudiney Albino Xavier, que monitora todos os registos das ocorrências pela internet, a Delegacia Eletrônica, das nove cidades da área de abrangência da Seccional. O golpe do falso motoboy teve aumento de 65% durante o período de isolamento social, em todo o País, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Fazem parte da Seccional os municípios de Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, Monte Mor, Cosmópolis, Engenheiro Coelho e Artur Nogueira. O delegado não tem estatísticas sobre esse aumento, mas constatou o fato de forma empírica. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) também não tem em seu site estatísticas oficiais sobre esses casos.
Mas o delegado analisa todos os dias as ocorrências das nove cidades registradas pela internet. Por isso, faz um alerta aos moradores da região para ficarem atentos e não cairem nesses golpes, que aumentaram muito por via eletrônica em razão de as pessoas estarem mais em casa para cumprimento do isolamento social. E também têm usado mais a internet e as redes sociais. “Resolvi fazer um alerta para as pessoas não caírem mais nesses golpes”, mencionou o delegado ao TODODIA.
O delegado explicou que os casos de estelionato em geral, como clonagem de whatsapp até golpe do auxílio emergencial, têm aumentado bastante porque as pessoas estão mais em casa e fazem mais compras pela internet nos últimos meses por conta da quarentena. Então, os bandidos tiveram que adaptar seus métodos a esta nova realidade e passaram a praticar outros golpes.
A última modalidade deste crime é o golpe do motoboy. Xavier explica que o golpista liga na casa do correntista avisando que seu cartão foi clonado, pedindo os dados pessoais e do cartão e até mesmo a senha e avisa que um mobotoy vai passar na casa da vítima para buscar o cartão. E pede para a vítima cortar o cartão em quatro partes.
O problema é que o chip fica intacto e com os dados em mãos os golpistas fazem compras e empréstimos em nome da vítima, como ocorreu nesta semana com um idoso de 71 anos no Jardim Ipiranga, em Americana, que perdeu R$ 41 mil neste tipo de estelionato. O delegado disse que os idosos são os principais alvos. “O idoso é mais fácil de ser enganado”, disse Xavier.
ATENÇÃO
O delegado ressalta que o banco não pede a senha do cartão e nem pede a devolução do mesmo.
Ele orienta as pessoas a desligarem o telefone se receberem ligações deste tipo. Até agora nenhuma vítima anotou a placa das motos envolvidas neste golpe, o que poderia ajudar a polícia a identificar os envolvidos. O que acontece, explica o delegado, é que os golpistas mexem com o emocional das vítimas.
Outra orientação do delegado é para a vítima entrar em contato no telefone indicado no cartão ou pessoalmente na agência. Xavier comentou que hoje em dia os bancos adotam uma série de tecnologias para acompanhamento das contas, como mensagens de texto pelo celular, e dá para acompanhar lançamentos indevidos e até mesmo tentar bloquear pagamentos. (Leia mais na página 11).
