quarta-feira, 5 fevereiro 2025

Depois do viaduto, DAE passa a ser a bola da vez

Após o viaduto Amadeu Elias, a água é a bola da vez na campanha eleitoral de Americana, com a polêmica sobre a concessão ou não do DAE (Departamento de Água e Esgoto) à iniciativa privada – em meio aos constantes problemas de abastecimento na cidade – chegando à sessão da Câmara.

O candidato do PSDB à prefeitura, vereador Rafael Macris, vem defendendo que só a iniciativa privada é capaz de trazer o investimento que o DAE precisa para resolver o problema de falta de água na cidade.

Na sessão da Câmara de ontem, o vereador Thiago Martins (PV), do mesmo partido do candidato a prefeito Chico Sardelli, ironizou as promessas de fim dos problemas de falta de água com a concessão do DAE. “Só se for o Mister M”, ironizou, pedindo ainda para os políticos “parar de falar besteira” e “jogar limpo”. Recentemente, o prefeito Omar Najar (MDB) pediu aos candidatos a prefeito que parassem de “falar bobagem” e “iludir o povo”.

Martins disse que todos os vereadores são cobrados diariamente a respeito do DAE e da falta de água no município. “Mas, amigos, colegas e candidatos. Cuidado com as falas na rua. Temos que ter coragem e falar a verdade, e não tentar enganar ou iludir a população com coisas que nunca vão acontecer”.

O vereador criticou a defesa da concessão do DAE. “Aí falam que a empresa privada vai chegar e no dia seguinte aumentar a captação de água. Ela não tem autorização para aumentar. O DAE entrou com procedimentos para aumentar há anos. E o pedido tem que vir do prefeito. Então vamos parar de conversa furada? Agora que estamos investindo no DAE, que está andando, vamos privatizar?”, questionou.

Ele também criticou os ataques ao prefeito Omar Najar (MDB). “Aí falam que o Omar é um monstro. Não estou aqui para defendê-lo, mas daqui a 20 anos vamos lembrar dos investimentos no DAE. Hoje vejo gente dizendo que se privatizar resolve tudo do dia para a noite. Só se entregar na mão do Mister M, de algum mágico. Vamos parar de falar besteira. A política já está sem credibilidade por causa de algumas falas, vamos jogar limpo”, disse.

Padre Sérgio (PT) também se pronunciou. “Privatização aqui não, muito menos do DAE. Educação sim, educar para não desperdiçar água, mangueira não é vassoura. E é importante a reabertura dos poços, o Zanaga esperá há muito tempo. E também projetos para captação de água da chuva, como o que jovens do Bertoni e Boer estão fazendo”, disse.

Gualter Amado (Republicanos), que é do mesmo partido do candidato a vice-prefeito na chapa de Rafael, Ricardo Molina, criticou a administração atual. “Terminando o mandato resolvem fazer alguns investimentos, mas o caos já está instalado em Americana. E para consertar não será de um dia para o outro. Infelizmente várias pessoas estão pagando e pagarão caro ainda”.

Depois, contou que, por ter sido membro do Conselho Municipal do Idoso, recebeu ligações de casas de repouso e para idosos relatando falta de água nesta semana. “Disse a eles, vamos pegar um caminhão-pipa. E já não tinha nem caminhão-pipa para alugar na cidade, tamanho o prejuízo”.

A coligação “Americana Grande de Novo”, que tem Rafael como candidato a prefeito, enviou uma nota sobre a polêmica. “Quem acha que está tudo bem com o abastecimento e que o DAE tem de continuar do mesmo jeito não deve estar atento às necessidades da população. Americana perde 20 milhões de litros de água por dia por causa da tubulação velha. Falta água todos os dias na casa das pessoas por causa de vazamentos. Isso não é normal. Não pode continuar assim”, diz a nota.

Derrubado veto a auxílio

Os vereadores rejeitaram por unanimidade veto parcial do Executivo ao projeto de lei 84/2020, de autoria do Executivo, que prorroga o auxílio emergencial de R$ 150 destinados a servidores de saúde que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus.

“O Executivo entende que há divergência jurisprudencial do alcance”, alegou Alfredo Ondas (MDB).

Não convenceu. “Aprovamos aqui R$ 2 milhões da Ameriprev para a saúde, temos aqui o balancete de receita da Covid tem até agora R$ 14,5 milhões de entrada e R$ 11,9 mi de gastos. Então tem cinco milhões. Não daria para pagar os servidores?”, indagou Welington Rezende (Patriota).

“A Secretaria de Saúde tem como absorver o impacto financeiro da prorrogação do auxílio, mostro meu descontentamento com esse pedido de veto”, disse Odir Demarchi (PL).

“Também sou contra o veto. O valor é muito pequeno, mas de extrema importância para essas pessoas. A Câmara desistiu de construir o prédio, devolvemos dinheiro antes, reduzimos o repasse do 13º, tudo para investir na saúde”, destacou.

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