segunda-feira, 1 dezembro 2025
DEZEMBRO VERMELHO

Dia Mundial de Combate à Aids reforça conscientização e redução de casos na região

O laço vermelho é símbolo da luta contra as infecções sexualmente transmissíveis
Por
Nathalia Tetzner

O Dia Mundial de Combate à Aids é nesta segunda-feira (1º), em campanha criada pela Assembleia Geral da ONU e pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 1988 para ampliar a conscientização sobre a infecção. E desde 2017, a mobilização se estende por todo o mês, em período denominado Dezembro Vermelho, que inclui também ações voltadas a outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, hepatite B e HPV.

Luta contra a Aids
O símbolo do laço vermelho representa uma luta marcada por estigmas históricos, avanços científicos e aumento de diagnósticos entre jovens. A infectologista Zafira Khoury relembra o cenário dos primeiros atendimentos no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Segundo ela, no início da epidemia, não havia testes diagnósticos nem tratamento disponível, e muitos pacientes eram jovens enfrentando forte preconceito.

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, entre 2020 e 2024, a Região de Campinas registrou 880 casos de Aids. Foram 112 notificações em 2024, queda de 51,3% em relação a 2022, quando houve 230 registros, o maior número dos últimos cinco anos.

A doença
O HIV, vírus da imunodeficiência humana, afeta o sistema imunológico da pessoa infectada. Com tratamento adequado, a infecção não evolui para Aids, forma avançada da doença. A confusão entre os termos é comum: o HIV é o vírus, enquanto a Aids é a síndrome desenvolvida quando não há tratamento ou acompanhamento.

Acolhimento
Em Americana, a Associação Ecumênica de Promoção Humana, Inclusão e Valorização atua no acolhimento de pessoas vivendo com HIV que perderam vínculo familiar. De acordo com o presidente André Luiz Stocovich, a instituição oferece moradia, atendimento médico, odontológico, psicológico e consultas com infectologistas.

Os primeiros casos de HIV foram identificados em 1982, nos Estados Unidos, Haiti e África Central. Mais de 40 anos depois, o estigma permanece como um dos principais desafios, o que reforça o papel de organizações sociais no apoio e na conscientização. Stocovich relata que algumas pessoas evitam visitar a sede da entidade devido ao preconceito, fator que motiva campanhas de esclarecimento.

Nos últimos cinco anos, Americana registrou 292 casos de HIV. O maior número foi em 2022, com 82 notificações, e o menor em 2021, com 45. Em 2024, foram 62 registros. Para Aids, o pico local ocorreu em 2022, com 43 casos; o menor número foi em 2023, com 25, enquanto 2024 contabilizou 32.

Atualidade
A infectologista Zafira Khoury avalia que, apesar dos avanços nos tratamentos e na prevenção, a falta de adesão terapêutica ainda preocupa. Segundo ela, quando pacientes interrompem o acompanhamento, a saúde fica mais vulnerável. O enfrentamento do preconceito, afirma, permanece como uma das principais barreiras, alimentada pela desinformação.

A redução do estigma, apontam profissionais e entidades, depende de ações que envolvem informação, respeito e compreensão de que o vírus não define a identidade de ninguém.

Métodos de prevenção são distribuídos gratuitamente nos municípios. Foto: Reprodução/TV TODODIA

Serviço
A Associação Ecumênica de Promoção Humana, Inclusão e Valorização de Americana recebe doações e, no momento, precisa de fraldas geriátricas. A sede fica na Rua dos Estudantes, 513, Cordenonsi, ao lado da Escola Monteiro Lobato.

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