terça-feira, 15 julho 2025
CUIDADOS

Dinho, o hipopótamo do Bosque dos Jequitibás, passa por tratamento odontológico pela primeira vez

Procedimento foi necessário para tratar o canal de dois dentes incisivos
Por
Redação
Dinho é um dos poucos animais da espécie que passou por esse tipo de procedimento no Brasil. Foto: Daniel Ribeiro/PMC

A rotina do Bosque dos Jequitibás, em Campinas, foi alterada nesta segunda (14). Dinho, o hipopótamo de 14 anos, foi atendido por 16 veterinários. O procedimento odontológico durou cerca de 2 horas, entre a aplicação da anestesia até o tratamento de canal de dois dentes incisivos. O tratamento odontológico em hipopótamos é um procedimento raro. 

A médica veterinária do Bosque dos Jequitibás, Gabriela Figueiredo, conta que a equipe do parque foi essencial para a identificação do problema do Dinho. “Nós notamos que o Dinho estava um pouco mais quietinho, um pouco diferente e não querendo comer, e que já havia uma exposição de polpa dentária de dois dentes”, explicou. “A partir daí, começou nosso trabalho para encontrar uma equipe que pudesse fazer o melhor pelo Dinho, que é tão querido por todos aqui”, completou. 

Ainda segundo ela, acompanhar um procedimento como este foi gratificante. “Trabalhar aqui já é algo muito gratificante, mas conseguir esse tratamento e acompanhar o procedimento feito por uma equipe excelente para trazer o melhor para o Dinho é muito bom”, disse.

Dinho teve de ficar por pelo menos 24 horas isolado, sem acesso ao tanque, até que todos os reflexos e a consciência estejam normais. Foto: Daniel Ribeiro/PMC

Roberto Fecchio é médico veterinário, especialista em odontologia de animais selvagens pelo Colégio Americano de Odontologia Veterinária e explica como foi o trabalho para oferecer mais conforto ao Dinho. 

“Esse hipopótamo estava precisando de um tratamento odontológico depois que a parte interna do seu dente ficou exposta. Para realizarmos o canal em dois dentes trouxemos uma equipe com cinco especialistas em odontologia, quatro especialistas em anestesia, além de especialistas em manejo clínico e a equipe do zoológico do Bosque, praticamente um exército dos melhores profissionais para oferecer o que há de melhor no tratamento do Dinho”.

De acordo com Fecchio, algumas pessoas da equipe já tinham experiência de trabalhar com hipopótamo, o que possibilitou realizar o procedimento odontológico, incluindo a anestesia, sem qualquer intercorrência, o que garante que Dinho acordar sem dor, sem incômodo, comendo melhor e retomando a rotina. “Só de saber que ele vai ter uma qualidade de vida melhor já é uma missão cumprida para todos nós aqui”, destacou o médico veterinário. 

A anestesia garante que Dinho acorde sem dor, sem incômodo, comendo melhor e podendo retomar rapidamente a rotina. Foto: Daniel Ribeiro/PMC

Dinho vai ficar por pelo menos 24 horas isolado, sem acesso ao tanque, até que todos os reflexos e a consciência dele estejam normais. “Esse é o primeiro estágio da recuperação. Depois ele já volta a uma adaptação alimentar para retomar a alimentação normal. Acredito que entre 3 e 5 dias ele já esteja comendo normal”, explicou o veterinário. “Depois de um período de cerca de 10 dias para terminar os medicamentos do pós-operatório (anti-inflamatórios e antibióticos), Dinho estará liberado”, completou. 

“Existem poucos relatos em hipopótamos tanto de anestesia como de tratamento dentário. Com diferentes equipes, na minha experiência, esse é o 9º animal que passa por esse tipo de procedimento”, conta Fecchio.

De acordo com ele, Dinho deve ser o segundo ou terceiro animal mega vertebrado que passou por esse tipo de procedimento no Brasil. “Nós já fizemos esse tipo de procedimento na Colômbia, México, Estados Unidos e África”, disse.

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