terça-feira, 8 julho 2025

Doação de calçados para crianças cria corrente do bem

Uma atitude de amor ao próximo que resgata a esperança. É assim que a empresária americanense Marizaura Boschiero Biasi, mais conhecida como Lala, 62, define a experiência que vivenciou no último sábado, quando foi comprar 15 pares de calçados para crianças africanas em uma loja da região central de Americana e foi surpreendida com a doação de 115 pares pelo dono do estabelecimento. O assunto ganhou repercussão nas redes sociais.
Segundo Lala, que é voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, a entidade oferece ajuda humanitária no Brasil e nas regiões mais pobres do mundo. Essa é a segunda vez que ela contribui com uma ação da ONG. “Essa campanha é para doar sandálias e calçados a essas crianças que, por falta de sapatos, andam descalças e machucando os pés. Algumas chegam a amputar os dedos ou até mesmo os pés por conta de infecções”, explicou.
A empresária contou que, no último sábado, por volta das 11h, foi até uma loja de calçados no Centro de Americana para comprar 15 sandálias para doar. Segundo ela, uma vendedora lhe mostrou as sandálias em oferta, na numeração desejada, e ela escolheu 15 pares, mas foi surpreendida na fila do caixa pelo proprietário da loja. “Quando eu estava na fila do caixa, a vendedora me abordou junto com o Alexandre, o proprietário da loja, e me perguntou se eu aceitava uma doação. Em seguida, ele me mostrou um par de um sapatinho modelo de boneca muito bonitinho e eu aceitei na hora. Então, ele disse que iria separar e me entregariam no estacionamento. Ao sair, eu vi um senhor no estacionamento com dois sacos de 50 litros repletos de calçados. Na hora fiquei muito surpresa e agradecida”, disse.
De acordo com a voluntária, ao chegar em casa ela fotografou os sacos e enviou para as amigas que também ajudam a ONG. “Fotografei e nem abri, pois aquilo era um belíssimo presente para as crianças e não para mim. Quando minha amiga, que também é voluntária, passou em casa e pegou as sacolas e os sacos, viu que haviam 115 pares de sandálias”, frisou.
Lala disse, ainda, que, após o ocorrido, o proprietário da loja realizou outra doação para uma outra voluntária do grupo. “Foi uma ação tão bonita de generosidade desse comerciante que gerou uma corrente do bem. Após eu postar a história nas redes sociais, por incentivo da minha filha, muitas pessoas me escreveram querendo doar. Minha experiência me trouxe esperança, felicidade e gratidão por ver tanta generosidade num comerciante como o Alexandre, da Bagunça Calçados, e em todas as outras pessoas que se propuseram ajudar após ficarem sabendo da história”, disse.
VOLUNTÁRIOS
De acordo com outra americanense que há 4 anos é voluntária da ONG Fraternidade sem Fronteiras, Sheila Maria Basso Sacilotto, 64, Americana possui cerca de 30 voluntários atualmente. No ano passado a cidade já centralizou, inclusive, doações de todo o país que foram enviadas para Madagascar.
“Recebemos doações de todo o país para serem enviadas a Moçambique. Mandamos cerca de 30 toneladas de doações, entre as quais equipamentos e mobiliários de um consultório odontológico completo, que foram levadas em carretas até o Rio Grande do Sul, de onde seguiram em um contêiner para a África”, lembrou.
Segundo Sheila, a cidade também possui 18 costureiras voluntárias que fazem calcinhas e vestidos para as meninas africanas.
O empresário que fez as doações não foi localizado para comentar o fato.

 
‘Gentileza gera gentileza’

Em Americana, as pessoas interessadas em realizar doações de calçados podem entregá-las na Medon Seguros, na Rua Primo Picolli, 422, Jd. Girassol, ou entrar em contato com as voluntárias pelos telefones 99213-9771 (Sheila) ou 99708-0276 (Raquel). Os calçados devem ser novos ou estar em bom estado de uso e ter tamanho até o número 37.
De acordo com o fundador e presidente da ONG, Wagner Moura, 44, a ação do empresário de Americana teve uma grande repercussão, trazendo ainda mais pessoas interessadas em colaborar. “Essa história deu ainda mais motivação para nossa campanha. Os calçados doados começarão a chegar em Moçambique a partir de setembro”, explicou.
Outra forma de ajudar a ONG Fraternidade sem Fronteiras é por meio do apadrinhamento de crianças. Mais informações no site www.fraternidadesemfronteiras.org.br

 
Equipe de voluntários de Americana da ONG Fraternidade sem Fronteiras

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