O primeiro dia de cobrança nas vagas de estacionamento rotativo da nova Área Azul digital em Americana foi marcado por dúvidas por parte dos condutores.
Mesmo com o sistema operando em fase experimental e sem cobrança desde o dia 14 de janeiro até anteontem, muitos proprietários de carros e motos tiveram dificuldades para operar os terminais de autoatendimento (os chamados parquímetros) instalados em toda a área central e precisaram recorrer à orientação de algum dos 15 agentes da empresa concessionária Estapar, administradora do sistema informatizado.
Conforme o TODODIA vem noticiando desde o ano passado, a prefeitura ampliou de 600 para 2.020 o número total de vagas que requerem pagamento para estacionar na área central – ampliando assim a Área Azul inclusive para bairros além do Centro, como Vila Medon, Vila Pavan, Girassol, entre outros locais.
O horário de cobrança para estacionar também foi estendido e agora é das 9h às 18h. Só os preços não tiveram reajuste. Com a ampliação do sistema, a previsão de arrecadação mensal sobe de R$ 42 mil para R$ 303 mil.
A Área Azul digital foi dividida em 139 setores. Para registrar o veículo estacionado, é preciso informar nos terminais a placa do veículo e o número do setor, indicado nas placas de estacionamento.
Os valores cobrados permanecem os mesmos de antes: para motos, a tarifa é de R$ 1,00 por hora; já para carros, o valor é de R$ 2,50/hora.
QUESTIONAMENTO
Nas regiões vizinhas ao Centro, alguns condutores se arriscavam ontem diante de um dos 44 terminais instalados nas esquinas, mas houve muita gente que chegou a formar pequenas filas diante dos equipamentos, à espera de orientação por parte das monitoras.
A encarregada de turno Sandra Ferreira, 43, por exemplo, desaprovou o terminal depois de utilizá-lo, sem a ajuda de um monitor, com o pagamento no cartão.
“É uma porcaria. Você acha que uma pessoa de idade vai conseguir fazer um negócio desses? Nunca!”, reclamou.
O motorista carreteiro José Francisco da Silva, 65, preferiu o auxílio de uma agente da Estapar.
“Quanto a pagar, a gente já pagava mesmo, que hoje a gente paga até para respirar. Acho que pelo menos tinha que ter um sistema melhor para vigiar nosso carro”, ponderou.
A técnica química Nathalia Faria, 22, testou o terminal de autoatendimento ontem, com as orientações de uma agente, e aprovou o serviço.
“É bem mais prático! Às vezes a gente não tem moeda dentro da carteira, então se aceita cartão facilita bem mais”, declarou.
O pagamento pelo uso da Área Azul pode ser realizado de três maneiras: pelo aplicativo de celular “Vaga Inteligente” da Estapar, disponível gratuitamente para download nas plataformas iOS e Android; diretamente nos terminais de autoatendimento, com moedas ou cartão de crédito e débito (já que o sistema não aceita dinheiro); ou por meio de cartão recarregável, que pode ser adquirido com os agentes da concessionária ou na Central de Atendimento ao Usuário da Estapar, localizada na Rua Rui Barbosa, 509, no Centro.
Representantes da prefeitura e da Estapar farão, na segunda-feira, uma reunião para avaliar os primeiros dias da cobrança.
MULTAS NO DIA 5
A direção da Gama (Guarda Municipal de Americana) foi procurada ontem para falar sobre as notificações e aplicações de multas durante a fiscalização do estacionamento, mas não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição.
Em janeiro, quando o sistema foi anunciado à Imprensa, o secretário adjunto de Obras e Serviços Urbanos e autoridade municipal de trânsito, Eraldo Camargo, afirmou que haveria um período de orientação aos condutores antes da aplicação de penalidades.
A partir da próxima terça-feira, dia 5 de fevereiro, segundo ele, os motoristas estarão sujeitos às penas em caso de infração.
Além dos agentes da Gama, um veículo da Estapar, equipado com várias câmeras, vai percorrer as ruas onde há vagas da Área Azul para monitorar, em tempo real, os veículos que eventualmente estiverem estacionados sem o pagamento da tarifa.
