Além de ser um ótimo lugar para encontrar obras literárias, a Biblioteca Pública Municipal Prof. Ernesto Manoel Zink, em Campinas, realiza eventos com frequência para mobilizar leitores e potenciais leitores.
Mas não é só de livros que vive a biblioteca. Para muita gente, a porta de entrada para o hábito da leitura foram as histórias em quadrinhos. Por isso, a biblioteca realizou recentemente mais uma edição da Feira de HQs.
“O quadrinho fortalece o hábito da leitura. E são dois tipos de leitura: a leitura de imagem e a leitura de texto. Lembrando que o quadrinho abrange todos os gêneros. Ele não é literatura, é uma forma de contar histórias que usa imagem e texto — eventualmente apenas texto — e que é, sim, uma maneira de formar leitores e leitores com gosto. É o que mais vemos aqui dentro da gibiteca da Biblioteca Zink”, afirma Suze Elias, responsável pela biblioteca.
Se no passado os quadrinhos foram vistos com certo preconceito por alguns, atualmente eles vêm obtendo cada vez mais reconhecimento, sendo chamados até de “Nona Arte”. E é uma arte abrangente, que começa na infância e, para muitos, dura a vida toda. Por isso, a feira teve atrações para todos os públicos. Por exemplo, é possível que você nem saiba, mas é muito provável que já tenha lido alguma história ilustrada pelo quadrinista e ilustrador Marco Antônio Cortez. “Comecei desenhando a Turma do Arrepio, depois fui para o Seninha, onde trabalhei como ilustrador contratado do Instituto. Fiquei lá uns cinco anos e desenhei da edição número zero até, acho, perto dá número cem. Fiz ainda o Sítio do Picapau Amarelo e, recentemente, voltei para a Disney, onde comecei a desenhar o Zé Carioca aqui no Brasil. Tivemos, durante muitos anos, uma formação infantojuvenil muito forte”, conta.
Também houve muitas atrações para o público jovem e adulto. O crescimento das publicações nacionais possibilita histórias mais próximas da nossa realidade. Muita gente gosta de histórias com zumbis e já se acostumou a vê-las em cidades americanas, como Atlanta, Austin ou a fictícia Raccoon City. Mas você já imaginou ver zumbis em São Paulo? Foi o que o ilustrador Daniel Esteves propôs. “Acho que isso traz uma proximidade, especificamente nessa questão dos zumbis. Um monte de gente gosta de histórias de zumbis por aí. Aí vê, de repente, o metrô de São Paulo, o estádio do Corinthians, o Itaquerão, em uma história de zumbi — isso acaba atraindo também o público brasileiro, ao criar esse vínculo, essa identificação.”
De fato, foi um evento para toda a família. Henrique, de 11 anos, veio com a mãe e o pai, e gostou muito do trabalho do ilustrador campineiro Paulo Kielwagen, que tem os gatos como tema principal de suas obras. Para ele, assim como para muita gente, a Turma da Mônica foi a porta de entrada para o mundo dos quadrinhos. “Gosto muito de ler gibi e, principalmente, da Turma da Mônica, que foi minha influência. Eu gosto bastante.”

Próximo evento
E o próximo evento na biblioteca já tem data marcada. A partir do próximo sábado, dia 10 de maio, o espaço será palco da exposição “O Livro com Depois Colorido”, organizada pelo projeto Bonde das Estrelas.
A abertura da mostra ocorrerá das 10h às 12h, e a exposição ficará disponível para visitação até o dia 30 de maio. A mostra tem como foco o processo criativo coletivo realizado por estudantes dos 3º e 4º anos da Escola Estadual Paul Eugene Charboneau. A entrada é gratuita.