terça-feira, 23 abril 2024

Em um mês, RMC tem 233 demitidos por dia em bar e restaurante

Com atendimento  presencial  suspenso desde março por conta da pandemia de coronavírus, o setor de alimentação fora do lar – bares, lanchonetes e restaurantes – chega a uma situação alarmante. Só na RMC (Região Metropolitana de Campinas), em apenas um mês nada menos que 3,1 mil estabelecimentos fecharam as portas, e 7 mil trabalhadores perderam o emprego, média de 233 por dia.

Desde o começo da quarentena, já são 4,5 mil empresas fechadas e 22 mil funcionários demitidos. Como a região segue na fase vermelha do Plano São Paulo, na qual só os serviços os essenciais funcionam, as expectativas do setor são péssimas.

Os números foram revelados por uma pesquisa de campo feita pela Abrasel RMC (escritório regional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) junto aos associados. Os questionários foram recolhidos e tabulados entre os dias 7 a 13 de julho.

Sem vendas, sem dinheiro no caixa e sem acesso a financiamentos bancários, os empresários não conseguem manter o pagamento de salários e contas básicas.

Para se ter uma ideia da importância do segmento, basta a constatação de que bares e restaurantes são responsáveis por 35% do PIB (Produto Interno Bruto) regional na área de turismo.

O quadro deve piorar sensivelmente. Uma pesquisa recente divulgada pela IPC Maps, apresentada pela direção da própria Abrasel RMC, indica uma queda de 39,9% na expectativa de consumo com alimentação fora do lar neste ano.

A pesquisa foi apresentada à imprensa na manhã de terça-feira, durante uma reunião entre o presidente da Frente Nacional de Prefeitos e prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), empresários e sindicalistas do segmento.

“É um momento dramático para os empresários, seus funcionários e famílias”, disse Matheus Mason, presidente da Abrasel RMC.

Na reunião on-line, o setor reivindicou ao prefeito a urgência da reabertura dos estabelecimentos, como já ocorre em outras localidades, inclusive do Estado de São Paulo, de forma criteriosa e com período prolongado de abertura ao público.

A direção da Abrasel RMC é contra a proposta de se permitir a abertura dos bares por quatro ou seis horas. A medida, avalia o presidente, só servirá para provocar aglomerações. Além disso, afirmou, se houver restrição de horários, a atividade do setor pode não ser viável.

“Precisa haver equilíbrio econômico na reabertura. A conta já não fechava. Com restrições, a situação vai piorar e as empresas vão continuar fechando as portas”,  alertou Mason.

“O setor precisa de regras mais consistentes, que garantam a volta das atividades com segurança para clientes e funcionários”, opinou.

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