A região de Americana registrou saldo positivo no número de empregos com carteira assinada gerados em outubro. Nas cinco cidades, foram 2.407 novos postos de trabalho. Esse é o quarto mês de saldo positivo na região, o que aponta para a retomada da economia. No entanto, a crescente dos casos confirmados, internações e mortes causadas pela Covid-19 tem deixado empresários receosos quanto aos resultados nos próximos meses, o que pode frear investimentos.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, a região registrou em outubro 9,5 mil contratações e 7 mil demissões no mês passado, com destaque para o surgimento de vagas principalmente no comércio, indústria e construção civil.
Americana registrou o maior saldo de empregos, com 723 novos postos, mas ainda segue como a única cidade da região a ter saldo negativo no balanço anual. De janeiro a outubro, no balanço entre contratações e demissões, a cidade aparece com saldo de menos 1.116 postos de trabalho.
Mesmo com esse saldo positivo em outubro, a perspectiva do empresariado americanense ainda é de apreensão, segundo o presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), Wagner Armbruster.
“Os empresários tradicionalmente neste período do ano contratam extras para as festividades de fim de ano. Porém, em decorrência da pandemia e do possível retrocesso de fases do Plano São Paulo, estão ainda aguardando. A perspectiva empresarial é de um final de ano positivo, porém os números e as últimas informações colocam os empresários em suspense. Acreditamos sim em expansão de oportunidades de empregos e na possibilidade de um final de ano positivo, mas estamos reféns da realidade da pandemia”, ponderou.
REGIÃO
Em Hortolândia, o saldo anual também não é dos melhores, com apenas 10 positivos. Já em Sumaré, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste, o saldo anual até outubro é positivo, sendo o de Nova Odessa o maior, com 472 novos postos. A cidade, em outubro, registrou o melhor saldo da RMC (Região Metropolitana de Campinas) entre as cidades com menos de 100 mil habitantes – são 60 mil no município. Foram 399 novos postos de trabalho.
O resultado foi comemorado pela secretária de Desenvolvimento Econômico e Gestão Social da Prefeitura, Regina Pocay, para quem os números mostram a consolidação desse momento de retomada. “Conversando com os empresários, percebemos que eles estão contratando, respeitando os protocolos sanitários estabelecidos pela Vigilância Sanitária, e esperançosos de que a economia readquira seu ritmo normal”, afirmou.
Economista destaca importância do auxílio
A retomada da economia e da geração de empregos na região e no país como um todo tem entre seus principais agentes o auxílio emergencial concedido pelo governo federal. A análise é do professor de finanças e gestão da IBE Conveniada FGV, Diego Barbieri.
“Essa retomada era natural, porque viemos de uma redução do emprego no início da pandemia. Mas é importante destacar que os impactos econômicos da pandemia foram reduzidos por conta do auxílio emergencial. O reflexo dessa injeção de dinheiro na economia foi fantástico, porque vemos que o resultado no consumo está sendo positivo”, afirmou o economista.
O especialista destacou que não vê o crescimento do emprego como momentâneo por conta do final de ano. “Vejo como um crescimento sustentável. Temos uma preocupação que é vacina, porque a longo prazo, se ela não sair até o final do primeiro trimestre, por exemplo, a economia vai tender a ter uma recaída”, disse.
Para Barbieri, as chances de um novo fechamento do comércio, a exemplo do ocorrido nos meses de abril e maio, são remotas. “No menor indício de aumento de casos, a reeducação vai ser importante, as pessoas voltarão a adotar as medidas de segurança que acabaram deixando de lado recentemente. Mas não vejo o risco de mais um lockdown ou um fechamento mais rígido”, concluiu.