quinta-feira, 25 abril 2024

Entrevista: Luiz Antônio Crivelari, pré-candidato a prefeito de Americana pelo PSL

Luiz Antônio Crivelari ingressou na Polícia Militar há 45 anos e construiu a carreira em Americana, onde também cumpriu mandatos como vereador. Apaixonado por política, estudou Direto e Ciências Sociais, e agora o major pretende ser prefeito. 

Crivelari tem um projeto de governo elaborado. Quer investir no aprimoramento da saúde pública (catastrófica, segundo ele). Na educação, planeja a criação de escolas cívico-militares e, na segurança pública, pensa em equipar a Guarda Municipal para atuação em operações especiais. 

Confira os principais trechos da entrevista concedida pelo major à reportagem do TodoDia. 

TodoDia – A nossa série de reportagens tem o propósito de apresentar ao leitor os pré-candidatos às prefeituras da região. Além do histórico pessoal, pretendemos detalhar projetos de governo, saber que setores vão merecer maior atenção. 

Crivelari – Nasci em Tanquinho, distrito rural de Piracicaba, famoso pela sua Festa do Milho Verde. De lá vem meu famoso sotaque britânico (rsrs). Sou filho de produtores rurais de cana-de-açúcar. Meus pais Yrton e Mafalda ainda possuem a mesma atividade, e atuam na propriedade herdada de família. Sou casado com a professora Normélia, meus filhos são a advogada Milena e o publicitário e bacharel em Direto Erik. Sou avô do Matteo. 

Qual é a sua formação acadêmica? 

Sempre estudei em escola pública, desde a formação básica até minha carreira militar. Tenho o curso superior de Formação de Oficiais pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco, sou bacharel em Direito pela Unimep, tenho mestrado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, cursos de extensão e aperfeiçoamento em língua francesa. 

E o trabalho? 

Desde cedo trabalhei com os meus pais na produção da cana-de-açúcar. É um ramo pelo qual meus pais sempre foram apaixonados, e a paixão deles me inspirava. Optei pela Polícia Militar quando acompanhava a carreira de amigos de infância. 

Detalhe sua carreira militar.   

Entrei na Polícia Militar em 1975. Em 1976 passei por concurso a cabo e, em 1977, a sargento. No ano seguinte ingressei no concorrido concurso da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, de onde saí como aspirante a oficial, em 1982. Servi algum tempo na Rota (Rondas Ostensivas Tobais de Aguiar), no COE (Comandos e Operações Especiais) e no 4º Batalhão de Polícia na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, um dos mais conceituados da PM. 

E Americana? 

Vim para Americana em 1983, comandando primeiramente o destacamento policial. Em seguida, com as promoções a 1º tenente e capitão, assumi a 1ª Companhia da Polícia Militar, onde passei quase toda minha carreira. Dos 30 anos de serviços prestados, 20 foram em Americana. Aqui formei as escolas de soldados e implantei o Policiamento Comunitário, aos moldes daquela que conheci no Canadá, onde fiz estágio. Implantei nas escolas o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) e criei o famoso POE (Pelotão de Operações Especiais), modelo de força tática no Estado de São Paulo. Me aposentei como major, fechando meu ciclo na Polícia Militar. Além disso, participei de uma experiência de unir forças dos organismos policiais do Estado com a Guarda Municipal. Ação idealizada pelo então prefeito Waldemar Tebaldi e pelo governador Mario Covas. Acho que fui o único secretário municipal nesta cidade que fez o serviço de forma voluntária. 

E de onde vem o interesse pela política? 

Eu acompanhei em Brasília os debates de uma comissão do Senado que queria unificar as polícias Civil e Militar. Mas nenhuma das corporações queria a unificação. Cada uma tinha suas peculiaridades. Aí vi que era importante a participação política, o debate. Aí me candidatei a vereador. Fui eleito em 2004 com 2.240 votos, reeleito em 2008 com 2.650 votos. Em 2012 fiquei na suplência, mas acabei assumindo. Minha experiência me fez líder de governo. 

E a experiência no legislativo foi gratificante? 

Tenho mais de 100 projetos aprovados.  Minha passagem na Câmara ainda me levou a assumir as secretarias de Segurança Pública e de Assuntos Metropolitanos. 

E por quais partidos passou? 

Inicie minha carreira política no PP, passei pelo PSD, pelo PR. A convite do senador Major Olímpio do PSL, meu colega de turma na academia, assumi a sigla em Americana em 2018 e sou o atual presidente municipal da legenda.  A vida política me aproximou do presidente Bolsonaro na montagem do PMB, o Partido Militar Brasileiro. O partido só aguarda aprovação do TSE para entrar em operação. 

E quais seus projetos imediatos para a cidade? 

No meu plano de governo a prioridade será a atração de empresas, incentivo às que já estão instaladas e a geração de empregos. Um município que gera emprego e produz riqueza tem capacidade de gerenciar os outros segmentos do jargão saúde e educação. 

Algum setor essencial precisa de investimento emergencial? 

A situação da Saúde é catastrófica. O setor merece descentralização e atenção especial. A Educação receberá sem dúvida a experiência das escolas cívico-militares. Que, aliás, é bem diferente de uma escola militar. A função básica de ensino é do professor, sendo que os militares só cuidam da segurança e da disciplina. Falo com propriedade: na minha carreira policial acumulei a função de professor de história e geografia nas redes pública e privada de Americana. 

E na segurança, setor da sua carreira profissional? 

Também vou dar atenção especial à segurança pública. O município já conta com uma fantástica Guarda Municipal que hoje carece de uma nova sede, uma tropa de elite selecionada nos quadros internos. Vou criar o POE na Gama e, o mais importante, um plano de carreira, respeitando as atuais graduações e promovendo por meritocracia. Concurso. A gradação alcançada jamais poderá ser rebaixada. Sem critérios políticos, mas técnicos. Um guarda que se torna comandante não pode voltar a ser subordinado. 

É clara a sua proximidade com o presidente. Você mesmo já nos afirmou isso. Mas o Bolsonaro é um fenômeno eleitoral, que arregimentou os votos dos eleitores insatisfeitos com o momento político. Mas, no poder, a popularidade dele caiu. Institutos de pesquisa afirmam que ele conta, hoje, com o apoio de 30% do eleitorado. Você não teme que a popularidade em baixa possa prejudicar sua campanha? 

Serei bolsonarista sempre. É meu amigo pessoal. Ele quebrou paradigmas, rompeu um ciclo vicioso de corrupção no país. Respeito, mas sou visceralmente contrário às doutrinas de esquerda que só levaram o mundo à morte e destruição. Conheci a Cuba comunista e a Bolívia socialista, péssimos exemplos de administração. Prefiro um governante tosco nas palavras, mas honesto, que um corrupto no poder. Veja os escândalos aflorados em governos anteriores. Roubos e mais roubos. Prefiro os 30% de popularidade de um honesto do que a popularidade dos ladrões. E tenho andado nas ruas e comprovado que nossa cidade ainda é conservadora nos princípios de religião, família e trabalho. Existe uma afinidade do eleitor com os meus valores. 

Já tem nomes para o seu secretariado? 

Vamos usar critérios estritamente técnicos. Evitar ao máximo indicação política. Não quero a prefeitura como cabide de emprego. O cidadão no cargo pode até ser um político, mas com experiência técnica e conhecedor dos assuntos a ele confiados. Eu mesmo vou me apresentar como o servidor número um, e não como mandatário. 

Se sente preparado para ser prefeito? 

Será uma grande oportunidade de aplicar meus conhecimentos e devolver, de forma solene e com muito trabalho, tudo o que o Estado em mim investiu. Gerenciei pessoal e crises a minha vida profissional toda e tenho plena convicção que estou preparado para a árdua missão. Americana acima de tudo e Deus acima de todos. 

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