terça-feira, 23 abril 2024

Entrevista: Saúde como um dos focos principais

Eleita vereadora em 2016, Maria Giovana Fortunato manteve no mandato uma postura de oposição ao Executivo. Sanitarista, quer se tornar a primeira prefeita da história de Americana.

Para Maria Giovana, a cidade precisa do envolvimento de forças políticas, sociais, religiosas e econômicas.

Confiram os principais trechos da entrevista concedida pela pré-candidata ao TODODIA.

TodoDia –  Maria Giovana, nossa série de reportagens tem o objetivo de apresentar os pré-candidatos à prefeitura. Nomes apontados como certos na disputa, antes mesmo da oficialização das convenções partidárias. E o seu nome é um deles. Fale da sua história em Americana, da sua motivação para concorrer ao cargo.

Maria Giovana – Sou americanense, tenho 28 anos de idade e venho de uma família que traz nas veias a paixão pela política. Sou neta do empresário Angelino Raymundo Fortunato, o Zizo, que exerceu seu mandato como vereador de  1997 a 2000. E sou filha de José Ricardo Duarte Fortunato, que foi vice-prefeito no mandato de Waldemar Tebaldi. Meus pai atua no setor da construção civil, gera mais de 400 empregos diretos e indiretos na cidade. Sou vereadora desde 2016, e vou disputar a prefeitura pelo PDT.

Já é mãe.

Minha filha, Antonia, tem 5 anos e é fruto de um relacionamento com o músico e empresário Heber Pequeno. Hoje não vivemos mais juntos, mas continuamos amigos e bons pais.

Fale da sua formação intelectual.

Sou uma sanitarista formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fiz a pós em saúde pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Me tornei uma especialista em um tema essencial da saúde pública.

O que levou a abraçar a carreira profissional?

Tenho uma característica muito própria: eu gosto de estar com  as  pessoas. Desde criança é assim. Quando estudei em Campinas – época em que meus pais moravam lá – já participava de serviços comunitários que a escola promovia.  Depois da faculdade, fui para a África e tive uma experiência única como voluntária. Vi de perto o sofrimento das pessoas. Aquilo ascendeu em mim a busca por um mundo melhor.  E, para mim, o mundo melhor começa na comunidade onde vivemos.

Aliás, você teve a oportunidade de trabalhar pela saúde no próprio governo municipal.

Tive uma passagem rápida pelo governo do prefeito Omar Najar. Três meses, para ser exata. Queria executar projetos, mas não concordava em manter unidades de saúde sem um médico para atender. Formulei um diagnóstico para a ampliação das UBSs para desafogar o hospital municipal. E meu posicionamento firme foi destoando do que se praticava no governo. A minha saída era mesmo questão de tempo.

E a carreira política?

Sou vereadora desde 2017. Apenas duas mulheres conseguiram se eleger. Fui eleita pelo PCdoB e sempre mantive no plenário uma postura ética, de respeito. Às vezes, minhas posições contrariavam até as do partido. Procurei exercer o mandato de modo íntegro, com total dedicação aos interesses da população.  Foram muitas conquistas em favor da cidade.

Cite as principais.

Fui uma vereadora de oposição, atuante, que combate a corrupção. Entre as conquistas, vale lembrar a redução da tarifa de ônibus e o empenho para evitar que a prefeitura vendesse o DAE (Departamento de Água e Esgoto). Denunciei e acabei com os plantões fantasmas que existiam no hospital e lutei para modificar a Área Azul, entre outros temas. Meu trabalho na Câmara foi positivo, embora eu saiba das limitações do Legislativo municipal.

Mas você deixou o partido que a elegeu.

Recebi vários convites, e acabei aceitando o convite de me filiar ao PDT. Legenda onde atuou o Tebaldi, sanitarista como eu, que teve atuação marcante para a saúde. Sinto que é o momento de se buscar união de forças políticas, sociais, religiosas, econômicas para tirar Americana do buraco em que se encontra.

No que a cidade precisa melhorar?

Nossa cidade era referência. Com o passar dos anos, o descuido foi aumentando. Pioraram demais os serviços prestados à população.  Precisamos mudar urgentemente essa situação que vem sendo mantida pelos mesmos políticos de sempre. A união de forças heterogêneas é o pressuposto para um governo forte em Americana. É preciso haver um olhar mais humano para a cidade.

Faltou esse olhar ao governo atual?

Ninguém acerta ou erra o tempo todo, mas a minha principal crítica ao governo do Omar foi o distanciamento da Administração com as pessoas. A prefeitura teve prioridades bem discutíveis. E denúncias de corrupção sempre rondaram o governo. Foi confuso. O Omar sempre teve o apoio do PSDB, do PV. E agora esses partidos lançam candidatos e se dizem oposição. Mas as pessoas não são bobas. Estão todos juntos há muito tempo e agora dizem que estão separados?

Algum setor precisa de ações urgentes?

Americana precisa de respostas na saúde. A população não tem o respeito que merece. Além disso, precisamos de planejamento para a retomada do emprego. A segurança precisa de investimentos em tecnologia. Quero contribuir. São esses os problemas que precisam ser enfrentados rapidamente.  Americana precisa ser manchete em boas notícias. Deve haver coragem para se debater com a sociedade. Americana precisa se livrar de políticos que tratam a cidade como se fosse um negócio.

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