Alunos estão com suspeita de coronavírus em duas escolas estaduais de Santa Bárbara d’Oeste. A informação foi divulgada ontem pela diretora da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) na região de Americana, Zenaide Honório. “As pessoas não estão entendendo o perigo da situação. Vão esperar acontecer uma desgraça?”. A categoria pede a suspensão das aulas e a vacinação da categoria.
O sindicato já havia denunciado duas mortes por coronavírus de professores da rede estadual de ensino da região há duas semanas, confirmadas pelo estado.
Na ocasião, o estado afirmou que os profissionais já estavam afastados e lamentou as mortes. Segundo atualização ontem da Executiva da Apeoesp em Americana (que inclui Nova Odessa e Santa Bárbara), há casos suspeitos ou confirmados em 12 unidades. Envolvendo alunos, são duas unidades, ambas em Santa Bárbara.
A escola Neuza Nazzato, no Molon, tem dois alunos com suspeita da doença, que aguardam resultado de testes. A Luzia Baruque, no Roberto Romano, tem três profissionais de educação com suspeita, mais relato de que alguns alunos estão com coriza, mas que não realizaram testes ainda. Ainda em Santa Bárbara, uma funcionária do Inocêncio Maia havia testado positivo no início do mês. Envolvendo apenas professores, a Maia Frota tem quatro casos suspeitos.
Em Americana, no Colina, a Mario Patarra, tem situação envolvendo mãe de aluno, que teria testado positivo e mesmo assim levou o filho na escola. Ainda em Americana, a Martinho Belluco tem três casos positivos; Germano Benencase tem dois; e a PAZ, no Zanaga, um caso positivo.
Em Nova Odessa, são quatro escolas com casos suspeitos, sendo dois na Silvânia Aparecida e um na João Thienne, na Dorti Calil e na Alexandre Bassora.
“O pessoal da Baruque está desesperado. Além da preocupação dos alunos e professores estarem sendo contaminados, nós temos uma preocupação com os professores que relatam os casos”, relata Zenaide.
Segundo a diretora do sindicato, os professores são marginalizados e bombardeados, sofrendo repressões.
“A pressão vem do dirigente para os diretores, e dos diretores para os professores”, afirmou Zenaide.
“Não vamos abandonar o barco no meio do oceano, ninguém é rato para abandonar o navio. Não dá para fingir que nada está acontecendo. A sociedade precisa saber o que se passa dentro das escolas. Não há estrutura para receber os estudantes na pandemia. Todos precisam entender que ninguém quer o mal, queremos transparência. Cabe aos gestores dizer se teve caso ou suspeita, simples assim”.
Segundo apurado pela reportagem, entre os professores a preocupação é grande. “Familiares contaminados e suspeitos estão mandando as crianças para escola. Elas mantêm contato por horas em salas mal ventiladas, com poucos funcionários para fazer a higienização”, relatou um professor, que pediu para não ser identificado.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo diz seguir todos os protocolos definidos por autoridades de saúde e que “preserva a segurança de professores, servidores e alunos”.
“Com exceção da Escola Estadual Antônio Zanaga (PAZ) e da Escola Estadual Mário Patarra Frattini, as unidades citadas possuem casos suspeitos e confirmados de Covid-19, mas as aulas seguem de forma presencial, segundo a avaliação da Vigilância Sanitária”, informou.
A pasta informou que os casos confirmados de servidores e alunos são acompanhados por meio do Simed (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação) para Covid-19, da Secretaria estadual de Educação.