sexta-feira, 8 agosto 2025

Explosão de casos de gripe superlota hospitais de Americana e Santa Bárbara

Hospital Municipal de Americana registra filas de usuários e procura, que em dias “normais” é de no máximo 80 pacientes, chega a mais de 500 pessoas; em Santa Bárbara, PS Afonso Ramos tem dia de caos e revolta  

A explosão de casos de gripe provocou mais um dia de superlotação em alguns dos principais hospitais da região nesta segunda-feira (3), primeiro dia útil do ano. Em Americana, o HM (Hospital Municipal) Dr. Waldemar Tebaldi teve filas de pacientes durante o dia, enquanto em Santa Bárbara doentes relataram até 8 horas de espera por atendimento no Hospital Afonso Ramos. Em Nova Odessa, a prefeitura admitiu alta de 40% na procura pelo hospital municipal, que resultou em aumento no tempo de espera por atendimento médico.

Em Americana, conforme o TODODIA mostrou na última quinta-feira, a Secretaria de Saúde confirmou aumento substancial na procura de pacientes com sintomas da síndrome gripal. O número diário de atendimentos, que geralmente é de 50 a 80 em dias considerados “normais”, saltou na semana passada para 180 a 270. A ampla maioria com síndrome gripal.

Segundo a prefeitura, somente no último dia do ano (31), foram 351 atendimentos no HM Dr. Waldemar Tebaldi, número que subiu para 423 no dia 1º e foi ainda maior no último domingo, quando a unidade de saúde registrou 535 pacientes atendidos.

SANTA BÁRBARA
Em Santa Bárbara, o Pronto-Socorro Afonso Ramos também superlotou nesta segunda-feira, com muitos paciente reclamando de demoras de até 8 horas por atendimento, especialmente no setor de pediatria.

“Isso aqui está um inferno, gente de idade deitada no chão, crianças vomitando no chão, um absurdo. Eu mesmo cheguei aqui 13h20 e estou saindo agora”, disse o operário Joilson Correia Vieira, em entrevista por volta das 20h30 à TV TodoDia na frente do Afonso Ramos.

O PS já vem sendo alvo de críticas por demora no atendimento há semanas – situação que inclusive levou à troca da empresa responsável pelos plantões da pediatria e uma nova prestadora deve assumir o serviço no próximo dia 10.

A situação de lotação no PS Afonso Ramos, inclusive, teve relatos de tentativas de agressão a funcionários do hospital e a Guarda Municipal teve de ser acionada.

Vereadores estiveram na unidade de saúde, inclusive tentando vistoriar a situação, e foram barrados.

Um deles, o vereador Felipe Corá (Patriota), disse que irá protocolar na Câmara de Santa Bárbara um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para “abrir a caixa-preta da Saúde”.

“Chega de politicagem. Eu me coloco no lugar dessas pessoas que ficam mais de 7 horas para conseguir atendimento. Temos que chamar a responsabilidade dos responsáveis pela saúde da cidade. Ou a gente luta pelo povo, o menos favorecido, ou vai continuar essa desgraça aqui”, desabafou Corá.

“Do jeito que está não dá para ficar. Demora no atendimento, falta de médicos, falta de atendimento humanizado, já acionei a Comissão de Política Social da Câmara. Os responsáveis têm que cuidar da saúde de Santa Bárbara, tanto aqui (Afonso Ramos) como no Edison Mano”, afirmou o vereador Nilson Araújo (PSD), que também esteve no Afonso Ramos. 

Procura cresce 40% no hospital de Nova Odessa
A procura por atendimento médico no do Hospital e Maternidade Municipal de Nova Odessa aumentou cerca de 40% nesta segunda-feira (3) em relação a uma segunda “normal”, apontou a Secretaria Municipal de Saúde.

Por isso, o prazo de espera entre a classificação de risco e a consulta com o médico superou, segundo a prefeitura,o tempo de 2h na manhã desta segunda.

Segundo o secretário Silvio Corsini, este aumento na procura por pacientes de síndrome gripal vem sendo registrado desde o último sábado, dia 1º, mas ele não responde sozinho pela situação desta segunda-feira.

“Está 40% acima da média das segundas-feiras – que historicamente já é a mais alta. Está tendo um aumento na procura de pacientes com síndrome gripal, agravado agora pela chegada da nova variante da gripe comum, a H3N2, cujo contágio e disseminação são muito mais rápidos que da H1N1.

Das 7h às 14h de ontem, foram 218 atendimentos no HMNO. Desse total, 120 atendimentos por outras razões (que não gripe), e 98 deles por síndrome gripal.

Desse total de pacientes com sintomas respiratórios, apenas dez testaram positivo para Covid-19, confirmando a prevalência de casos de gripe.

CONFUSÃO | Pacientes revoltados pela demora e tentativa de agressão no Pronto Socorro de Santa Bárbara (Foto: Cláudio Mariano/SB Notícias)

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