A região de Campinas registrou um desempenho resiliente no comércio exterior em outubro de 2025. As exportações alcançaram US$ 354,9 milhões, um crescimento de 9,18% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Ciesp Campinas (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Os dados indicam que o impacto do chamado “tarifaço” foi menor do que o esperado pelo mercado, uma vez que os Estados Unidos seguem consolidados como o principal destino dos produtos da região
Top Parceiros Comerciais (Acumulado 2025)
| Destino (Exportação) | Participação | Origem (Importação) | Participação |
|---|---|---|---|
| 🇺🇸 Estados Unidos | 18,76% | 🇨🇳 China | 28,33% |
| 🇦🇷 Argentina | 14,18% | 🇺🇸 Estados Unidos | 16,16% |
| 🇳🇱 Países Baixos | 5,63% | 🇮🇳 Índia | 7,85% |
Resiliência nas exportações e fator EUA
No acumulado de 2025, as exportações da região somam US$ 3,01 bilhões, uma alta de 3,14%. A liderança absoluta dos Estados Unidos na pauta exportadora demonstra a força dessa parceria comercial, dissipando parte dos receios sobre barreiras tarifárias. O país norte-americano absorveu US$ 564,7 milhões em produtos da região no acumulado do ano, representando 18,76% do total exportado.
Campinas liderou o ranking de exportações em outubro (US$ 115,3 milhões) , seguida por Paulínia (US$ 89,2 milhões).
Déficit continua
Apesar do saldo positivo nas vendas, a balança comercial regional continua deficitária, uma característica considerada normal devido à natureza da indústria local. O déficit acumulado no ano atingiu US$ 9,23 bilhões, impulsionado pela necessidade de importação de maquinários e insumos químicos, fundamentais para a cadeia produtiva de polos como o de Paulínia.
Balança Comercial Regional (Acumulado 2025)
| Indicador | Valor (US$) | Variação (vs. 2024) |
|---|---|---|
| Exportações | 3,01 Bilhões | ▲ 3,14% |
| Importações | 12,24 Bilhões | ▲ 17,52% |
| Saldo (Déficit) | -9,23 Bilhões | ▲ 23,11% |
Déficit comercial reflete perfil industrial e Polo de Paulínia
As importações cresceram em ritmo acelerado, totalizando US$ 12,24 bilhões no ano — um aumento de 17,52%. Especialistas apontam que esse volume superior de compras externas não reflete necessariamente uma fraqueza econômica, mas sim o caráter transformador da indústria regional.
O destaque é o município de Paulínia, sede de um importante polo petroquímico, que responde isoladamente por 44% de todas as importações da região (US$ 5,38 bilhões no acumulado). A pauta de importação regional é dominada por “produtos químicos orgânicos” e “produtos diversos das indústrias químicas”, que juntos somam mais de US$ 5,5 bilhões em compras. Esses insumos, juntamente com maquinários, são essenciais para a produção de combustíveis e derivados que abastecem tanto o mercado nacional quanto o internacional.

Indústria em alerta para 2026
Enquanto o comércio exterior mostra dinamismo, a porta das fábricas revela cautela. A Sondagem Industrial de novembro e dezembro realizada pelo Ciesp Campinas junto às indústrias mostra que 58% dos empresários projetam uma piora na economia brasileira em 2026.
A produção permaneceu estável para 50% das empresas, mas o aumento nos custos de energia, água e transporte, sentido por 46% dos industriais, pressiona as margens. Como reflexo, 42% das indústrias afirmam que não farão novos investimentos nos próximos 12 meses, aguardando um cenário de crédito mais favorável, considerado “fundamental e obrigatório” por metade dos entrevistados para a retomada do crescimento.
Custos de Produção (Nov-Dez 2025)
| Tipo de Custo | Aumentaram | Estáveis | Diminuíram |
|---|---|---|---|
| Energia, Água e Transp. | 46% | 54% | 0% |
| Custos Trabalhistas | 46% | 54% | 0% |
| Matérias-Primas | 38% | 62% | 0% |





