A faixa de pedestres não é apenas um desenho no asfalto — é um símbolo de proteção, segurança e, sobretudo, respeito à vida. No entanto, esse conceito ainda não é compreendido por todos. Enquanto muitos pedestres confiam e utilizam corretamente as faixas, outros evitam, e muitos motoristas frequentemente desrespeitam a prioridade legal do pedestre, colocando vidas em risco.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é claro: quando o pedestre está na faixa, ele tem prioridade, mesmo que o sinal esteja verde para os veículos. O artigo 70 do CTB reforça que o motorista deve parar e aguardar até que o pedestre complete a travessia.
Nos cruzamentos sem semáforo, a legislação é ainda mais rigorosa. Se o pedestre estiver atravessando ou demonstrar a intenção de atravessar, o condutor deve parar imediatamente antes da faixa. Avançar para melhorar a visão do trânsito só é permitido caso não haja ninguém atravessando.
A diretora de Segurança Viária do Detran-SP, Roberta Mantovani, destaca que esse direito está garantido pela lei e que desrespeitá-lo representa um risco grave. “Nós temos, já estabelecido pelo próprio Código, essa priorização do pedestre. O pedestre, quando está na faixa, tem assegurado esse direito, que garante a sua circulação no espaço,” explica Roberta.
Apesar da clareza da legislação, a fiscalização e a conscientização ainda são desafios para garantir um trânsito mais seguro para todos.
Multas, perda de pontos na CNH e tragédias
Desrespeitar a faixa de pedestres vai além de uma infração de trânsito: é uma questão de cidadania e, principalmente, de segurança e respeito à vida. Segundo a diretora de Segurança Viária do Detran-SP, Roberta Mantovani, a atitude de motoristas que ignoram a prioridade dos pedestres gera riscos altíssimos e coloca em perigo vidas diariamente.
“Se acontece alguma interferência na travessia, se o condutor não respeita, isso traz riscos altíssimos. Essa sinalização é muito importante exatamente para garantir a segurança de todos”, reforça Roberta. Além das consequências legais, como multa e perda de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), a negligência pode resultar em acidentes graves e fatais.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi criado para proteger vidas. “Quando o condutor desrespeita, comete uma infração grave. E é importante entender que isso não é só uma regra, mas uma legislação pensada exatamente para proteger vidas”, complementa a diretora.
Os números confirmam a gravidade do problema: os pedestres são o segundo grupo mais vulnerável no trânsito do estado de São Paulo. “Eles representam a segunda maior vítima no trânsito paulista”, alerta Roberta Mantovani.
Tragédias recentes reforçam a urgência da conscientização. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, duas jovens foram atropeladas e mortas ao atravessarem na faixa de pedestres. O motorista trafegava a cerca de 100 km/h em uma via cujo limite é 60 km/h. A perícia comprovou a alta velocidade, mas mesmo no limite permitido a chance de sobrevivência das vítimas seria mínima.
“Mesmo a 60 km/h, que já está acima dos 50 km/h recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para vias urbanas, a chance de levar as duas moças a óbito era de 98%. Dependendo do impacto, elas teriam apenas 2% de chance de sobreviver. Por isso, a discussão sobre a importância da velocidade nas cidades é fundamental”, explica a diretora.
O recado é direto e urgente: respeitar a faixa de pedestres não é gentileza ou favor, é lei — e, mais do que isso, um compromisso fundamental com a vida.
