sábado, 23 novembro 2024

Falta de água em Sumaré vira caso de Justiça

O juiz André Gonçalves Fernandes, da 2ª Vara Cível de Sumaré, determinou ontem à tarde que a BRK Ambiental restabeleça imediatamente o fornecimento de água aos mais de 110 bairros que estão com abastecimento interrompido desde a última terça-feira (30) por conta de obras da empresa no sistema. 

Pelo menos 202 mil moradores (ou 76% da cidade) estão sofrendo as consequências da paralisação em sete regiões da cidade. 

Em muitos bairros, o cenário é de filas de moradores com galões e garrafas nos poucos pontos onde há água, como poços artesianos. 

Com galões e garrafas, moradores aguardam sob o sol para obter um pouco de água na cidade

A previsão da BRK, concessionária dos serviços de água e esgoto, era retomar o abastecimento na noite de quarta-feira, o que não ocorreu. 

O prazo foi estendido para a noite de quinta, mas também não foi cumprido. 

Ontem, a BRK emitiu nova previsão, dando conta de que o sistema seria religado ainda ontem no final da noite, com retorno da água aos bairros afetados a partir de hoje. 

JUSTIÇA 

Ontem à tarde, porém, a Prefeitura de Sumaré acionou a Justiça com ação cautelar contra a BRK, e o juiz da 2ª Vara Cível acatou o pedido. O magistrado determinou a retomada do abastecimento “imediatamente, mesmo que de forma emergencial por outros meios (ex: carros pipas), em quantidade suficiente para evitar prejuízo e sem custo adicional à população atingida, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 50 mil”, segundo a decisão. 

Ontem pela manhã, antes da decisão judicial, o prefeito Luiz Dalben (PPS), acompanhado de equipes da Secretaria de Obras, acompanhou as obras de manutenção na ETA (Estação de Tratamento de Água) 2, no Parque Itália, exigindo esclarecimento da BRK. 

Além disso, o vice-prefeito Henrique Stein esteve na sede da empresa notificando a BRK para que a normalização fosse imediata e vereadores da cidade, inclusive o presidente da Câmara, Willian Souza (PT), protocolaram no Ministério Público Estadual uma representação contra a empresa. 

A prefeitura informou que, apesar da crise no abastecimento, “nenhum serviço na cidade foi interrompido, caminhões pipa foram enviados para as escolas municipais e unidades de saúde, garantindo a continuidade do serviço”. 

Mas o prefeito reclamou da situação. “São centenas de reclamações e nossa população sofrendo mais uma vez com a falta de água. Não é justo que nossos moradores paguem caro, sendo que não chega uma única gota às torneiras por dias seguidos. Entendemos que obras são necessárias para a melhoria dos moradores, porém, que sejam feitas com planejamento e que os prazos sejam cumpridos. Trabalhamos e exigimos a normalização do serviço, pois não admitimos esta falta de respeito com nossos moradores”, reclamou o prefeito. 

POSIÇÃO DA BRK 

Emitindo notas oficiais desde o início da semana, a BRK divulgou mais uma ontem, na qual reafirmou a necessidade das obras feitas na ETA 2, disse que o processo de conclusão atrasou devido a chuvas durante a semana no ponto de captação de água do Rio Atibaia, em Paulínia, e prometeu a normalização para ontem, a partir das 23h. Com relação aos caminhões-pipa, a concessionária disse estar “atendendo casos emergenciais e essenciais que são hospitais, UPAs, Pronto Socorro e escolas devido à urgência”. 

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