Trabalhadores reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho; empresa diz que sindicato patronal é responsável pela negociação
Cerca de 70 funcionários da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) Serviços, uma empresa subsidiária do Grupo CPFL Energia, iniciaram um movimento grevista durante a manhã desta quinta-feira (8) em Americana como forma de exigir reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Além de Americana, onde a taxa de adesão foi de cerca de 90% dos trabalhadores, a greve dos funcionários da empresa também atingiu Campinas, onde a paralisação teve início na última terça-feira (6).
De acordo com Reinaldo Cruz Ferreira, diretor responsável pela sub-sede de Americana do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e Mobiliário de Campinas (Sinticom-Campinas), as demandas do movimento estão sendo solicitadas desde o ano passado, mas sem resposta da empresa, que levou o caso à Justiça.
“Se o trabalhador vai ao médico e consegue um atestado de quinze dias, que é o máximo que podem dar, ele, teoricamente, teria que ser afastado pelo INSS. Mas a empresa não deixa afastar. Traz ele engessado, por exemplo, e coloca ele para trabalhar em uma função restrita, ou seja, diferente daquela pela qual ele foi contratado”, afirmou.
“Nós também estamos pedindo 7,59% de ajuste salarial mais 5% de aumento salarial real, o que dá 12,59%. Mas isso também não avançou. Também pedimos reajustes na Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e pagamento adequado de horas-extras”, completou.
A reportagem questionou a empresa sobre o posicionamento diante do movimento grevista e também quais das demandas da paralisação a companhia teria condições de atender e solucionar.
O QUE DIZ A EMPRESA
Em nota, a CPFL Energia afirmou apenas que o movimento de greve foi notificado ao sindicato patronal, que é responsável pela negociação da convenção coletiva em andamento com o Sinticom-Campinas.
“A CPFL Serviços aguarda que o impasse seja solucionado em breve e esclarece que atua para manter os seus serviços, especialmente neste momento de pandemia em que os mesmos são essenciais”, concluiu o comunicado.
Uma audiência judicial foi marcada pela CPFL Serviços às 16h30 desta quinta no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região em Campinas com o objetivo de tentar chegar a um acordo com os grevistas. Segundo Reinaldo, caso o impasse não seja resolvido, a greve prosseguirá.