sexta-feira, 19 abril 2024

Grande avanço da ciência, projeto Sirius começa a sair do papel hoje em Campinas

A primeira etapa do Sirius, o novo acelerador de elétrons do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas, será entregue amanhã (14), em cerimônia que será realizada, às 10 horas, na sede do Centro de Pesquisa, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

O Sirius (em referência a uma estrela de grande brilho localizada na constelação de Canis Major) é considerado o maior projeto da ciência brasileira e do mundo. Quando entrar em operação, ele vai ser liderança mundial em síncrotrons, superando o que está em operação na Suécia.

Iniciado em 2012, o acelerador de partículas é uma infraestrutura de pesquisa de última geração, estratégica para a investigação científica de ponta e para a busca de soluções para problemas globais em áreas como saúde, agricultura, energia e meio ambiente.

De acordo com Kassab, o Sirius vai permitir que Brasil obtenha avanços “extraordinários” em pesquisas. “Com isso o país estará na vanguarda das pesquisas internacionais. Além disso, o potencial do acelerador de luz síncrotron para o desenvolvimento da ciência e para a economia do país são imensuráveis”, comentou.

INVESTIMENTO
Projetado por brasileiros, o Sirius está orçado em R$ 1,8 bilhão, o projeto Sirius é financiado pelo Ministério da Ciência Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Até agora, cerca de R$ 1,12 bilhão foram repassados para o projeto, sendo R$ 282 milhões em 2018.

Destes recursos feitos até agora cerca de 85% foram investidos no país, seja em suas equipes internas ou em parceria com empresas nacionais.

Além da construção civil, foram estabelecidos contratos com mais de 300 empresas de pequeno, médio e grande portes, das quais 45 estão envolvidas diretamente em desenvolvimentos tecnológicos, em parceria com o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron) e o CNPEM.

ACELERADOR
O Sirius é um grande equipamento científico, composto por três aceleradores de elétrons, que têm como função gerar um tipo especial de luz: a luz síncrotron. Essa luz de altíssimo brilho é capaz de revelar estruturas, em alta resolução, dos mais variados materiais orgânicos e inorgânicos, como proteínas, vírus, rochas, plantas, ligas metálicas e outros.

A primeira etapa, que será entregue hoje, compreende a conclusão das obras civis e a entrega do LNLS, que fica no Centro Nacional de Pesquisas, no Polo II de Alta Tecnologia, em Campinas.

O local, com 68 mil metros quadrados, está localizado em uma área de 150 mil metros quadrados (que equivale a 21 campos de futebol), abriga toda a infraestrutura de pesquisa, além da conclusão da montagem de dois dos três aceleradores de elétrons. O terceiro acelerador – e também o principal deles – está em processo de montagem.

A estrutura do prédio foi projetada e construída para atender aos padrões de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes. A demanda por estabilidade e prevenção de vibrações demandou um piso constituído de uma única peça de concreto armado, de 90 cm de espessura e com precisão de nivelamento de menos de 10 milímetros. A temperatura na área dos aceleradores não poderá variar mais que 0,1 grau Celsius.

A entrega da próxima etapa do projeto, prevista para o segundo semestre de 2019, inclui o início da operação do Sirius e a abertura das seis primeiras estações de pesquisa para pesquisadores. O projeto completo inclui outras sete estações de pesquisa (denominadas “linhas de luz”), que deverão entrar em operação até 2021.

 

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