quarta-feira, 24 abril 2024

Greve na Petrobras: em protesto, botijão sai por R$ 40

Petroleiros que desencadearam uma greve geral há 14 dias e mergulharam em um embate jurídico pelo direito de manter a mobilização mudaram de estratégia para tentar conseguir apoio popular. 

Assim como já ocorre em outras cidades, os trabalhadores implementaram um ato simbólico também em Cosmópolis, com a distribuição de botijões de gás a preço módico, na esquina das avenidas do Trabalhador e da Saudade. 

Foram contemplados moradores do Parque dos Trabalhadores, Recanto das Laranjeiras, Chico Mendes, Parque Residencial Rosa Amelia, Recanto dos Colibris e Beto Spana. 

Os “beneficiários” receberam senhas e pagaram R$ 40 por cada botijão. Com a ação, os petroleiros buscavam chamar a atenção para a suposta prática abusiva de preços adotada pela Petrobras. 

A Campanha dos Combustíveis a Preço Justo acontece simultaneamente em outros seis Estados, com orientação da FUP (Federação Única dos Petroleiros). 

O preço médio do botijão no Brasil é de R$ 70. 

No gás de cozinha, a diferença no preço se refere basicamente às margens de revenda e distribuição (45,6%), que são repassadas para o consumidor. 

A FUP (Federação Única dos Petroleiros) quer, com a ação, convencer a Petrobras a subsidiar uma parcela de sua margem na produção, já que o gás de cozinha representa apenas 5% da receita da empresa. 

MANIFESTO 

No início da manhã de ontem, cerca de 200 trabalhadores realizaram manifestação em frente ao à Portaria Sul da Refinaria de Paulínia (Replan). A refinaria é a maior do sistema Petrobras. 

Os sindicalistas consideram que a categoria segue mobilizada. “O movimento em Paulínia é forte, mas nossa principal preocupação é com a equipe de contingenciamento indicada pela refinaria, que a mantém funcionando um jornadas exaustivas de trabalho desde o dia 2”, afirmou à reportagem Arthuir Ragusa Guimarães, o Bob, dirigente do Sindipetro (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo). 

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou ontem que “a produção está intacta” apesar da paralisação. Segundo ele, “nenhuma gota” de petróleo deixou de ser produzida devido à greve. A firmação foi dada ao sair de uma reunião no Rio de Janeiro. 

O presidente da Petrobras disse ainda que a equipe de contingência, com a contratação de temporários, vai perdurar enquanto durar a greve.  

FUP FAZ EXIGÊNCIAS PARA SUSPENDER MOVIMENTO  

O departamento jurídico da FUP deu entrada na tarde de quinta-feira no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em uma petição direcionada ao ministro Ives Gandra. O documento propõe soluções para o impasse entre a Petrobras e os petroleiros.  

Na petição, a categoria reforça que está disposta a negociar e suspender o movimento, desde que a Petrobras suspenda as dispensas coletivas na Fafen, fábrica de fertilizantes do Paraná, e coloque em prática itens do acordo coletivo, como os que tratam da redução do turno de trabalho e da divisão dos lucros.  

A categoria também protesta contra a política adotada pelo governo federal, que fecha fábricas (como a Fafen) e vende refinarias. Medidas que, segundo os sindicalistas, vão encarecer ainda mais os combustíveis. 

 
Com Folhapress

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