terça-feira, 23 abril 2024

Inflação ‘engole’ metade do poder de compra da população

Economista da PUC explicou que é como se R$ 100 valessem R$ 50 nos dias atuais para quem vai comprar gêneros alimentícios  

O dinheiro pode ser o mesmo, mas o valor monetário caiu pela metade devido aos reflexos da inflação (Foto: Arquivo/ TodoDia Imagem)

O que se comprava com R$ 100 no ano passado e o que é possível comprar agora com a mesma quantia? O dinheiro pode ser o mesmo, mas o valor monetário caiu pela metade devido aos reflexos da inflação, ao menos se considerados os alimentos.

Este foi o setor mais impactado, como ilustra o economista Izaías de Carvalho Borges, professor da PUC-Campinas.

É como se R$ 100 valessem, em média, R$ 50 hoje para quem vai adquirir gêneros alimentícios.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses está em torno de 12%, como explica o economista.

Mas, essa é uma média considerando diversas áreas como aluguel, vestuário e remédios, em aferição pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), um dos indicadores mais usados para medir a inflação.

Isolados, alguns setores foram mais impactados do que outros, assim como os produtos.

Considerando o acumulado de 12 meses até outubro, já que o índice de novembro deve ser divulgado nesta semana, a farinha de trigo, por exemplo, aumentou cerca de 15%, impactando também os produtos que a levam em sua base, como o pão.

A batata doce subiu 51%, a mandioca, 40%, o pimentão, 85% e o tomate, 32%.

Entre as frutas, bananas como a maçã e a prata tiveram o preço elevado na ordem de 20%.

Alguns tiveram queda, como o limão, com -43%.

As variações são disponibilizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerando o preço em todo o Brasil, embora o órgão também disponibilize os dados por capitais.

Entre as carnes, patinho e acém tiveram alta média de 11%, e o filé mignon, 21%.

Os pescados tiveram variação mais leve, de 2,5%. Enquanto o camarão teve queda de -4%, a sardinha subiu 6%. A tilápia subiu 4% e o tambaqui, cerca de 10%, em índices que podem influenciar a escolha do consumidor na hora da compra.

O impacto nos preços da cesta básica influencia no poder de compra de boa parte da população, conforme o economista, mas o consumidor deve preparar o bolso, já que as projeções não são otimistas nem para o fim do ano e nem para o próximo, o que se deve mais ao contexto político e as incertezas com as eleições presidenciais de 2022. Por isso, a esperança de estabilidade fica para 2023. “O que se espera é que a lição seja aprendida e, quem quer que seja o próximo governante, crie condições de melhora”, opina.

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