Após o registro das candidaturas a prefeito e vereador e o início da campanha eleitoral, Americana teve uma sessão de Câmara com ofensas e acusações. Os principais alvos foram o governador João Doria e o seu partido, o PSDB, e o prefeito Omar Najar (MDB).
Thiago Brochi (PSDB) usou o tempo de liderança para criticar Doria, acusando-o de ter transferido três policiais de Americana que trabalhavam na cidade há 25 anos para a Capital após os militares terem se envolvido em troca de tiros.
“Veio ordem de cima, desse babaca desse governador que não aprendeu a respeitar a PM. Não posso ficar calado”, discursou.
“Como fica a cabeça do policial quando vai enfrentar o crime organizado sabendo que o bandido está trocando tiro com ele e que ele corre risco de ser punido, transferido. Doria tem que virar homem e acabar com essas gracinhas e palhaçadas que faz. Ele vai acabar com a PM, desmotivando os profissionais”, atacou Brochi, candidato à reeleição na Câmara.
Brochi disse que é a voz dos policiais. “Eles não podem falar porque as represálias são enormes, mas eu posso. Não dá para aturar esse comportamento prejudicando a PM. Eu sou do partido, mas falo sem problema. Doria continua errando, e feio. Não tem o mínimo de estrutura. Governador tome vergonha na cara e ajude a PM”.
Alfredo Ondas (MDB) aproveitou a carona e não deixou de criticar o partido tucano. “PSDB, é o pior salário do Brasil, por coincidência”, disse o candidato a prefeito. Ele se negou a apoiar justamente o PSDB na disputa pela Prefeitura de Americana, o que levou a executiva estadual a intervir no partido na cidade.
O segundo alvo foi Omar. A vereadora e também candidata ao Executivo Maria Giovana (PDT) acusou a prefeitura de negligência na área da saúde.
“A política desmontou um sistema de saúde exemplar que Americana tinha. Essa gestão fechou dez unidades de saúde nos últimos anos. O prefeito é o responsável pela situação da saúde em que chegamos. Ele é mentiroso. Quando estava na secretaria, fiz reunião com ele provando que não precisava fechar a UPA da Cillos. Ele deu a palavra que não ia e três horas depois decidiu fechar. (Vereador) Orestes (Camargo Neves) está aqui e é prova. Vou dizer tudo que ele fechou, para que ninguém se esqueça”, atacou.
Se tem ataque, tem defesa. Pedro Peol (PV) se antecipou a Ondas, líder do governo na Casa, e defendeu o prefeito. “Às vezes bate o desespero porque a realidade está chegando, mas as pessoas estão vendo quem é quem. Só apontar defeitos da administração é fácil, temos é que apresentar propostas para a cidade”, disse.
Peol repetiu que era desespero pegar no pé da prefeitura e disse que todas cidades têm problemas. “Tivemos sim que fechar postos, por indicação. Todos têm ponto fraco, imagina na prefeitura, com mais de cinco mil funcionários. Como não vai ter defeito? Quer falar da administração, então fala dos dois lados, o bom e o ruim”.
Giovana não atacou apenas o prefeito. Em rede social, disparou também contra seus adversários na corrida pela prefeitura Rafael Macris (PSDB) e Chico Sardelli (PV), “tudo da mesma panela”, referindo-se ao apoio dos dois ao governo Omar.