
A Prefeitura de Santa Bárbara promoveu atividades de orientação sobre hanseníase nesta terça-feira (23) seguindo o moimento Janeiro Roxo na UBS (Unidade Básica de Saúde) do jardim Europa 4. A ação faz parte do mês de conscientização sobre a doença que tem nesta sexta-feira (26) o Dia Nacional de Combate e Prevenção a Hanseníase.
A atividade contou com salas de espera ativa, que entrega materiais informativos, orientações e encaminhamentos, no período da manhã, coordenadas pela enfermeira Maria Aparecida Sarti. Todas as UBSs de Santa Bárbara estão realizando neste mês as Salas de Espera Ativa.
A Prefeitura informa que pacientes que apresentem sinais e ou sintomas característicos da hanseníase devem primeiro ir a UBS mais próxima e em casos de confirmação da doença, os pacientes serão encaminhados ao AMDIC (Ambulatório de Doenças Infecto Contagiosas).
O AMDIC está localizado na Rua Teresina, 533 no Planalto do Sol e funciona de segunda a sexta-feira, das 07h às 16h30.

SOBRE A DOENÇA
A Hanseníase, conhecida popularmente como lepra, é causada pela bactéria Mycobacterium leprae sendo transmitida pelo ar através de partículas de saliva eliminadas pela fala, tosse e espirro e pelo contato direto com as lesões da pele de um portador da doença que não esteja em tratamento e pode atingir adultos e crianças.
A doença em si não mata, mas suas complicações podem levar o paciente à morte pois, a doença afeta principalmente a pele e os nervos causando limitações de mobilidade, em pacientes não tratados ou tratados tardiamente pode se causar incapacidades ou deformidades nas mãos, nos pés ou olhos.
Ela se manifesta através de manchas esbranquiçadas e caroços avermelhados ou castanhos assim como dormência ou mudança na sensibilidade.
A Hanseníase tem cura e o tratamento é feito pelo SUS no AMDIC por cerca de 6 a 12 meses dependendo da classificação da doença. Atualmente não existe a necessidade de isolamento dos pacientes, porém é necessários o tratamento e o seguimento com exames anuais por cinco anos. Pessoas que sejam do convívio também devem ser submetidas a exames em igual periodicidade.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2024 divulgado nesta terça-feira (23), em 2022 foram registrados 174.087 casos novos da doença em todo mundo, o que equivale a uma taxa de detecção de 21,8 casos por 1 milhão de habitantes. Entre os países, Índia, Brasil e Indonésia reportaram mais de 10 mil novos casos cada um. O Brasil está em 2º lugar no ranking de novos casos.
De 2013 a 2022, no Brasil foram notificados 316.182 casos de hanseníase. A região Centro-Oeste foi a principal que apresentou uma taxa de detecção variando entre “muito alto” a “hiperendêmico” neste mesmo período. A região Sul e Sudeste são as que apresentam menores taxas de detecção.
A região Norte teve a maior queda em relação aos casos notificados, caindo de 35,89 casos novos por 100 mil habitantes em 2013 para 18,53 casos em 2022, uma queda de 48,4%.

SOBRE ‘JANEIRO ROXO’
Janeiro é o mês de Combate e Prevenção a hanseníase em nível nacional e mundial e por isso o mês ganhou a cor roxa para alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate a hanseníase.
O enfrentamento à doença é um dos desafios da suade publica brasileira e sendo o diagnostico precoce fundamental para o tratamento com baixo nível de sequelas e para a redução da transmissão, em 2022, foram incluídos ao sus três novos testes de apoio ao diagnostico e um para detecção de resistência da doença.
Durante o evento ‘Compartilhar Desafios: Janeiro Roxo 2024 – Uma jornada para a integração e avanços em hanseníase’ realizado nesta terça-feira (23) em Brasília, o Ministério da Saúde divulgou o investimento de cerca de R$55 milhões para a prevenção e o tratamento da hanseníase no Brasil.
A maior parte dos recursos, cerca de R$50 milhões, devem ser encaminhados diretamente a 955 dos 5.570 municípios nas 27 unidades da federação para aplicação em ações prioritárias que visam a eliminação da doença como um problema de saúde pública no país. Tais cidades são classificadas como de alta endemia – quando há o registro de mais de 10 casos por 100 mil habitantes.
O dinheiro deve ser investido em ações como a busca ativa para detecção de casos novos de hanseníase; resgate de casos em situação de abandono; aplicação de testes rápidos nos contatos de casos registrados a partir de 2023, para rastreio daqueles com maior chance de adoecimento, dentre outros.
PESQUISAS E VACINAS
Também foi anunciado mais R$4 milhões em investimento em pesquisas de novos medicamentos para tratamento e R$1 milhão direcionado para abertura de edital à ONGs para ações de enfrentamento ao estigma e a discriminação com pacientes doentes e a educação em saúde.
Tais investimentos se unem aos R$5 milhões já investidos para a pesquisa e desenvolvimento nacional de uma vacina assim como de novos testes para hanseníase. Os recursos são aplicados no âmbito da estratégia nacional para o desenvolvimento do CEIS (Complexo Econômico-Industrial de Saúde) que visa aumentar a produção nacional de itens de prioridade ao SUS e reduzir a dependência brasileira em produtos de saúde importados.
Atualmente, a Fiocruz juntamente ao Ministério da Saúde financia o ensaio clinico para avaliação de eficácia da Lepvax, a primeira vacina voltada especificamente para hanseníase no mundo, que aguarda a liberação da Anvisa para dar continuidade aos testes.
Em 2023, o ministério também investiu na produção de testes rápidos da doença, distribuindo 150 mil testes para avaliação de contato em todos os estados sendo o primeiro país a ofertar tais testes na rede pública.