O laboratório Labsaúde, terceirizada responsável pela realização de exames laboratoriais de pacientes de Nova Odessa atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), suspendeu temporariamente o atendimento de seus serviços por falta de pagamentos, que deveriam ser repassados pela Prefeitura.
Pessoas que utilizam os serviços do laboratório souberam da paralisação por meio de um anúncio fixado na porta do local, colocado no último sábado (4). No anúncio a empresa, que atende ao município desde abril de 2023, ressalta que o atendimento será normalizado assim que as negociações forem finalizadas. As negociações aconteceram na manhã desta segunda-feira (6).
A gerência do laboratório alega que há diversas notas não pagas, desde julho de 2024, com valores parciais, e desde outubro não há recebimento.
Em dezembro, a empresa protocolou uma notificação junto ao Executivo, com um prazo de dez dias para que os valores atrasados fossem pagos e caso não fosse cumprido, o contrato seria rescindido e os serviços encerrados.
“A contratada (o laboratório) fez inúmeros contatos cobrando o pagamento dos valores, inclusive, informando que necessitava dos pagamentos para poder honrar com suas obrigações junto a fornecedores e colaboradores, vez que nos meses de novembro e dezembro tem que pagar o 13º salário destes”, apresentou a empresa na notificação.
Em nota, a Labsaúde reforçou que até esta segunda-feira (6) de manhã, a Prefeitura não havia realizado a quitação dos valores devidos e que continua atendendo serviços de urgência e emergência do Hospital e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por questões éticas de saúde.
Vereadores
No sábado, os vereadores André Faganello (Podemos) e Élvis Pelé (PL) foram até a frente do laboratório para fazer a denúncia.
Em notas analisadas no Diário Oficial, Pelé apresentou o total da dívida no valor de R$ 1, 1 milhão com o laboratório ─ sendo R$ 700 mil devidos ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Campinas (Cismetro) e R$ 400 pela Prefeitura.
Pelé classifica a situação como uma tragédia anunciada e define a gestão atual como “atrapalhada”.
“A gente já vem algum tempo dizendo que a Prefeitura tá com problemas sérios financeiros e isso ia ter reflexo na população, é o que está acontecendo aqui hoje”, diz o parlamentar.
“Estamos aqui para cobrar as soluções necessárias. A população não pode ser prejudicada pela falta de serviços essenciais como esse”, diz André.
Prefeitura
Em nota, o secretário municipal de Finanças, Hamilton Lorençatto, adiantou que a situação junto ao laboratório de análises clínicas que presta serviços para a Rede Municipal de Saúde será regularizada já nas próximas horas desta segunda-feira (6), permitindo a retomada do atendimento dos pacientes do Município para exames eletivos já nesta terça-feira (7).
Segundo a Administração, a unidade atendeu normalmente ao público para exames eletivos até o dia 23/12/2024, quando entrou em recesso. “Graças à negociação junto aos dirigentes da empresa, podemos confirmar que o horário atendimento volta ao normal na unidade já a partir de terça-feira”, destaca.
Tal negociação foi conduzida pessoalmente pelo prefeito Cláudio Schooder (PSD), pelos vereadores Oseias Jorge (PSD), Marcelo Maíto (União) e Lico Rodrigues (PSD) e pelos secretários de Governo Odair Dias e Finanças Hamilton Lorençatto.
“Ressaltamos que o atendimento prioritário e emergencial para exames coletados dentro do HMNO (Hospital e Maternidade Municipal) e do PAM (Pronto Atendimento do Jardim Alvorada) jamais foi interrompido pelo prestador dos serviços, mesmo durante o recesso de final de ano e nesta segunda-feira”, diz.
A Prefeitura ainda destacou que em dezembro de 2024 foi prejudicada pela obrigação de quitação por meio dívidas de precatório “herdado” da gestão anterior, no valor de R$ 4,1 milhões. O total em precatório judiciais “herdados” e pagos pela atual gestão já soma R$ 37,1 milhões entre 2021 e 2024.